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(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Cavendish (da Delta e amigo de Cabral) condenado à prisão por desvio de verba

Segunda, 27 de maio de 2013
Da Tribuna da Imprensa

 
Grandes amigos…

Deu no Globo
A Justiça Federal condenou o sócio da Delta Fernando Cavendish e o ex-prefeito de Iguaba Grande Hugo Canellas a quatro anos e seis meses de prisão, em regime semiaberto, por desvio de verba destinada à despoluição da Lagoa de Araruama, na Região dos Lagos. Somente para mobilizar e desmobilizar equipamentos para a obra a empresa cobrou R$ 191 mil, apesar de o valor de mercado para o serviço ser de R$ 14 mil. Ainda cabe recurso.

Mário Erly Aguiar Souza, secretário de fazenda de Iguaba Grande e responsável por acompanhar a execução financeira do contrato à época dos fatos , foi condenado também a 4 anos e 6 meses, em regime semiaberto.


O então diretor de Departamento do Meio Ambiente do município, Alípio Villa Nova do Nascimento, e a então chefe de Divisão de Obras Públicas, Márcia Betânia da Silva, foram condenados a 1 ano e 11 meses de reclusão por falsidade ideológica por atestarem que 75% do projeto teria sido executado pela Delta quando, na verdade, apenas 14% do serviço havia sido realizado. As penas de ambos foram substituídas pelo juiz em prestação de serviço à comunidade e na limitação de fim de semana.

Juntos, os réus serão obrigados a pagar R$ 248 mil para a reparação dos danos causados.

No final do ano passado, a Delta esteve envolvida no caso Carlinhos Cachoeira. Segundo a Polícia Federal, a empresa repassou dinheiro para empresas fantasmas ligadas ao esquema do bicheiro. Cavendish chegou a comparecer à CPI do Cachoeira no Congresso, mas permaneceu calado.

ENTENDA O CASO
Em dezembro de 1999, o então prefeito de Iguaba Grande, Hugo Canellas, realizou convênio com o governo federal para a despoluição da Lagoa de Araruama, cujo valor total foi de R$ 5,6 milhões, dos quais o município participaria com R$ 1,1 milhão. O governo federal aprovou apenas parte do projeto, liberando em janeiro de 2000 a quantia de R$ 272 mil para a elaboração do projeto executivo.

A prefeitura de Iguaba Grande realizou então licitação e contratou a Delta Construções para execução de toda a obra de despoluição da Lagoa de Araruama, firmando-se um contrato cujo preço total passava de R$ 22 milhões. Segundo o Ministério Público Federal, a Delta estava impedida de participar do processo licitatório.

Para realização dos serviços, executados entre 16 e 26 de junho de 2000, a Delta cobrou e recebeu do município a exata quantia repassada pela União no convênio (R$ 272 mil), o que causou estranheza.

Em inspeção do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ), foi constatado que os serviços contratados não foram realizados pela construtora.