Sábado, 25 de maio de 2013
Reportagem de VEJA desta
semana revela que os dois ex-ministros, afastados da Casal Civil após
escândalos, atendem juntos empresas e empresários interessados nos mais
variados negócios com o governo
Rodrigo Rangel e Hugo Marques
JOINT VENTURE - Condenado por corrupção, o ex-ministro José Dirceu está diversificando as parcerias
(Marlene Bergamo/Folhapress - Fabio Rodrigues Pozzebom/ABR)
Até junho de 2005, quando chefiava a Casa Civil da Presidência da
República, o então ministro José Dirceu centralizava praticamente todas
as ações do governo. Poderoso, nada acontecia em Brasília sem antes
passar pelo seu gabinete. Flagrado no comando do mensalão, o maior
esquema de corrupção política da história, ele deixou o governo, abriu
um escritório de advocacia, arregimentou clientes na iniciativa privada e
ganhou muito dinheiro vendendo uma mercadoria das mais valorizadas na
praça: a influência no poder. A ex-ministra Erenice Guerra chefiou a
mesma Casa Civil até setembro de 2010. Pilhada no comando de um esquema
familiar que assessorava clandestinamente empresas privadas interessadas
em fazer negócios com o governo, ela foi demitida. Assim como Dirceu,
montou um escritório de advocacia, reuniu uma carteira de clientes na
iniciativa privada e também lucra oferecendo acesso ao poder. A novidade
é que os dois ex-ministros agora estão operando juntos. Montaram em
Brasília uma joint venture do lobby - uma parceria que atende empresas e
empresários interessados nos mais variados negócios com o governo.