Quinta, 22 de agosto de 2013
Do Blog do MinoQuid Novi
A verdadeira história de tentativa de
suborno para evitar a cassação do deputado distrital,Raad Massouh (PPL)
vai servir para roteiro de filme de produtores independentes. Um
personagem conhecido, que já andou nos porões na ditadura militar, e
há pouco tempo revelou sua face no escândalo que envolveu a
empreiteira Delta, Idalberto Matias de Araújo, o conhecido araponga Dadá
(foto), atuou como leva e traz fazendo propostas de pagamento de
propina trocada por voto na cassação do deputado Raad Massouh.
O pastor da Igreja de Deus
em Sobradinho II, Eliseu, levantou a bíblia, mas não para pregar a
palavra. Ele se apresentou como emissário de integrantes da Comissão de
Ética que poderiam salvar o mandato de Raad se fossem contemplados com
R$ 2,7 milhões. Para convencer Raad, o pastor lembrava que o presidente
da Comissão de Ética, Michel, era amigo inseparável de Dadá desde
os tempos de delegacia.
No Ministério Público, Raad entregou
uma gravação da conversa, feita para tumultuar o processo de cassação,
levantando suspeitas da decisão tomada pela mesa da Comissão de Ética.
Dadá dizia que para salvar Raad, o parlamentar teria que gastar
dinheiro, Raad teria comunicado que quando chegasse a hora iria colocar
uma pessoa de confiança para efetuar o pagamento.
O valor da mordida alimentou o plano
de Raad Massouh na tentativa de levar para a Justiça a suspeição da
decisão da Comissão de Ética. Raad Massouh nominou Idalberto como se
fosse um policial militar, mas, no ouvido da procuradora,
Eunice Carvalhido, Raad pronunciou baixinho o nome verdadeiro já
conhecido por ela no Ministério Público.
O vice-presidente da Câmara
Distrital, Agaciel Maia (PTRB) foi citado, pois também conhece o Dadá,
que até pouco tempo andava nas sombras e teve sua face revelada. O
escândalo não fica só na decisão de cassação de um parlamentar, mas põe
em dúvida a ética dos parlamentares envolvidos na teia da corrupção.