Segunda, 26 de agosto de 2013
Carla Rodrigues
Do Jornal de Brasília
Do Jornal de Brasília
Os investimentos na rede pública de Saúde do Distrito Federal somaram
quase R$ 6 bilhões nos primeiros dois anos e meio da gestão do
governador Agnelo Queiroz. Mas a população quer saber: para onde,
exatamente, foi a verba? Isso porque ainda faltam médicos, Unidades de
Pronto Atendimento (UPAs), enfermeiros, aparelhos, leitos de UTI e
remédios.
Um enfermeiro da rede que preferiu ficar no anonimato admite a
precariedade do sistema. “Trabalhamos sem maca, sem remédios. O que
acontece ali dentro, até Deus duvida. A gente se sente impotente em
determinadas horas”, confessa.
Tudo isso vai na contramão do que diz o Programa de Governo do
petista. São 13 itens de promessas, aliados a um belo discurso,
assegurando: nos primeiros 100 dias de governo a ordem no atendimento
médico seria restabelecida. Mas isso não aconteceu nos mais de 900 dias
depois da posse.
O primeiro ponto do programa fala em reestruturar o Sistema único de
Saúde (SUS) no DF. Compromisso que só teria dado certo, aponta o
promotor de saúde Jairo Bisol, se Agnelo Queiroz e os responsáveis pela
pasta tivessem elaborado um modelo de gestão.
Desumano
Outra promessa de campanha é a de “cuidar do usuário da saúde como
indivíduo, garantindo a acessibilidade, o vínculo, a continuidade, a
integralidade, a responsabilização, a humanidade e a equidade”. Porém,
basta entrar nas unidades de saúde para ver o quadro desumano. A mulher
de um paciente denuncia: “aqui há muito desrespeito. Meu marido aguarda
por cirurgia no braço e está há mais de três semanas internado. Eles
justificam a demora dizendo que faltam anestesistas”, conta a esposa.
Informação confirmada pela direção do hospital, ao dizer que dois
estavam de licença.