Sexta, 13 de junho de 2014
Causou
estranheza a muita gente do Gama o fato de ocorrer, de um dia para o
outro, o sumiço de vários outdoors
propagandeando a entrega do sistema
BRT Sul, aquele que já deveria há mais de um ano ligar o Gama e Santa Maria ao
Plano Piloto de Brasília.
Algumas
pessoas achavam que isso ocorreu em razão de uma crise de vergonha do GDF,
acabrunhado por ter afirmada mais uma mentira.
Mas hoje
ficamos sabendo, talvez, do real motivo.
A
presidente Dilma “inaugurou” nesta sexta-feira 13 o tal do BRT, vulgo VLP
(alguns chamam o BRT de Busão Ronceiro e Tardio, e o VLP — que é apelido para
BRT— de Veículo Lerdo sobre Pneus). Como poderia inaugurar, mesmo de
mentirinha, o que lá atrás foi divulgado pelo governo do DF como “ENTREGUE”? Daria
muito na cara. Um jornal de fora de Brasília poderia descobrir a “entrega
passada” e achar que a de hoje era uma segunda vez, e também de mentirinha.
Já pensou se algum repórter mais independente fizesse à queima-roupa essa
pergunta à Dilma ou ao governador Agnelo Queiroz? Ia ser uma saia justa geral.
Um gaguejar só. Para o GDF melhor, seria então, meter os outdoors no saco e
apagar da memória. E assim foi feito.
No lugar desse
tal de BRT, que foi batizado inicialmente com o no nome de VLP, era para se
construir um metrô. Projetadas, e prometidas,
já estavam as linhas 2 e 3 que, aí sim, seria um sistema decente e eficaz de
transporte público para os moradores do Gama e de Santa Maria. Mas ônibus é
ônibus. E lobby é lobby. E os gamenses e moradores de Santa Maria perderam mais
uma. No lugar do metrô, um sistema de BRT (VLP) apontado como muito obsoleto. Cabe aqui trazer algumas informações sobre esse imbróglio da construção do
BRT.
As
primeiras informações davam conta que a coisa era boa porque os veículos
transportariam 320 passageiros. Depois, como mágica, a capacidade de cada
ônibus caiu para 270, e por aí não parou. Foi para os 230, despencando para os
160 passageiros. E o que temos hoje, mesmo
que rodando somente das 11 às 14 horas? Simples ônibus articulados, com
capacidade de transportar tão somente 130 passageiros de cada vez.
Assim, no
início foi preciso impressionar com a promessa dos grandes veículos. Depois da
coisa consolidada, empurraram os articulados.
Vaia, não
Ontem (12/6)
na abertura da Copa da Fifa a vaia à Dilma foi estrondosa, e o coro muito duro,
abalando o estádio, e mostrando ao vivo e em cores para o mundo. A vaia fez
tremer as autoridades presentes. No caso do BRT tinha que ser uma coisa diferente, bem
controlada. Estavam na "inauguração" apenas operários que ainda trabalham —pois na realidade o BRT ainda continua em fase de construção— e militantes do PT de
Agnelo e PMDB do vice-governador Tadeu Filippelli. Só aplausos foram ouvidos, apesar
de no trajeto feito por Dilma, Agnelo, e um monte de políticos, aparecerem
passarelas inacabadas, obras em andamento.
E o BRT,
que foi orçado em R$533 milhões, hoje já passa dos R$761 milhões (aumento de
mais de 42% do orçado inicialmente) e, muito certamente, atingirá a marca do UM BILHÃO DE REAIS. É muita grana para
uma coisa obsoleta. Interessante é que essa história de fazer sumir outdoors
sobre o BRT parece praga. Os outdoors que anunciavam, lá atrás, o valor das
obras em R$533 milhões desapareceram há algum tempo, como num passe de mágica.
É muita
magia! É muita bruxaria!
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