Sexta, 6 de
junho de 2014
Mariana
Tokarnia* - Repórter da Agência Brasil
A menos de uma semana para a Copa do Mundo, o Movimento
Passe Livre (MPL), no Distrito Federal, faz ato na Rodoviária de Brasília para
divulgar o projeto Tarifa Zero, que prevê transporte público gratuito. Os
integrantes do movimento pularam as catracas do metrô e incentivaram quem por
ali passava a fazer o mesmo. Os funcionários do metrô e a polícia não tentaram
conter o "catracaço", que durou aproximadamente dez minutos.
A questão do transporte foi o que desencadeou as
manifestações em junho do ano passado. Recentemente, greves e paralisações no
transporte coletivo ocorreram em cidades como São Paulo, São Luís, Fortaleza e
Salvador.
Segundo a Polícia Militar do DF, cerca de 50 integrantes
do movimento divulgaram o projeto, em cartazes e panfletos. A rodoviária é um
dos lugares mais movimentados do centro de Brasília, de onde saem ônibus para
as demais regiões administrativas do DF e cidades do entorno. É também a
estação central das linhas de metrô.
"A tarifa zero é possível", diz a integrante do
MPL, Flávia Sofia Brandão. Ela explica que o movimento defende a gestão
coletiva do transporte, a ser financiado por um fundo de transporte, composto
por recursos dos orçamentos local e federal.
No DF, as tarifas variam de R$ 1,50 a R$ 3 para passagens
de ônibus e custam R$ 3 no metrô. Estudantes têm isenção. Quem usa o transporte
diariamente reclama dos preços e da má qualidade. "No final do mês, quase
metade do meu salário vai para transporte", diz a secretária Bruna Cobo,
que passava pela rodoviária durante o ato.
O governo do Distrito Federal acompanhou a movimentação.
Segundo o GDF, desde julho do ano passado o governo - em parceria com
entidades, empresas e a Universidade de Brasília - estuda a implementação da
tarifa zero, e admite ser possível, mas não para este ano. A intenção é usar
recursos de impostos já cobrados. O estudo, segundo o governo, esbarra em questões
técnicas, pois estima que o número de usuários triplique sem a cobrança de
tarifas, e isso complica o atendimento da demanda.
*Colaborou Luciano Nascimento
