O
Tribunal de Contas da União (TCU) votou nesta quarta (18) relatório que
apresenta a consolidação de informações sobre a situação das obras da Copa do
Mundo de Futebol FIFA 2014 até fevereiro deste ano. O trabalho analisa a
situação dos financiamentos federais concedidos para obras de construção e
reforma de estádios e de mobilidade urbana, as obras nos portos e aeroportos,
além da situação dos projetos e investimentos em telecomunicações, segurança
pública e defesa para o mundial previstas na Matriz de Responsabilidades da
Copa. O tribunal deve realizar um novo balanço noventa dias após o término da
competição.
Apesar de
reconhecer o esforço do Governo Federal em deflagrar a realização de
investimentos considerados fundamentais para o país como legado da Copa, o
relator do processo, ministro Walton Alencar Rodrigues, avaliou que “a maior
parte dos projetos de investimentos apresentam estágio de implementação das
metas para a Copa aquém do previsto para os meses de janeiro e fevereiro de
2014”.
Entre as
26 ações previstas sob responsabilidade da Infraero, 10 estavam conclusas à
época da fiscalização. Detectou-se que 4 das 16 ações em execução
necessitavam de maior ritmo de trabalho: duas delas no aeroporto de Confins,
em Belo Horizonte, e obras nos aeroportos de Curitiba e Salvador. As
situações mais críticas, em fevereiro de 2014, eram nos aeroportos de
Fortaleza de Porto Alegre.
Com
relação às obras de mobilidade urbana, de acordo com informações prestadas
pelo agente financiador (Caixa Econômica Federal), grande parte dos projetos
em andamento apresenta atrasos e baixa execução em relação ao cronograma
previsto. Dos 34 empreendimentos que ainda fazem parte da carteira da Copa,
20 projetos (59%) estavam com menos de 50% de desembolso. Desse total, 4
projetos estavam, em fevereiro deste ano, sem qualquer repasse financeiro.
Foram
identificados prováveis atrasos na entrega das obras previstas para os Portos
de Fortaleza, Manaus, Natal e Salvador. A obra do Porto do Rio de Janeiro foi
excluída da matriz em setembro de 2013 e a do terminal de passageiros do
Porto de Recife era a única, até fevereiro de 2014, que estava concluída.
Com
relação aos financiamentos do BNDES, verificou-se que o Banco já havia
liberado integralmente o montante de crédito previsto para a execução das
arenas Mineirão, da Baixada, Castelão, da Amazônia, Pernambuco, Maracanã e
Fonte Nova. Assim, em fevereiro/2014, ainda havia desembolsos a serem efetuados
relativos aos financiamentos para a construção das arenas Pantanal, das
Dunas, Beira-Rio, e Itaquera, além do contrato referente à contrapartida
pública às obras da Arena Pernambuco.
O TCU
realizará novo acompanhamento, no prazo de noventa dias após o término dos
jogos, a fim de coligir informações acerca da situação física e financeira de
cada uma das ações previstas na Matriz de Responsabilidades da Copa,
contemplando levantamento completo dos preparativos concretizados até o
início do evento esportivo, eventuais planos de contingência adotados para
mitigar os efeitos das ações não conclusas, bem como informações sobre os
projetos e obras que efetivamente constituirão legado para o Brasil.
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