Sexta, 6 de março de 2015
Apresentação do grupo BRICOLEIROS (Fortaleza - CE) com espetáculo "OLHA O OLHO DOS
MENINOS" no XVII FESTIVAL NORDESTINO DE TEATRO DE GUARAMIRANGA 2010.
=================
Da Agência Brasil
Edição: Armando Cardoso
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)
reconheceu hoje (5) o Teatro de Bonecos Popular do Nordeste, mais
conhecido como Mamulengo, como patrimônio cultural do brasil. Com o
reconhecimento, o Teatro de Bonecos passa a ter proteção institucional, o
que garante salvaguarda deste bem cultural.
“Para os mestres
que trabalham com esta prática, é como se da terra seca começasse a
surgir a água que alimenta a alma e o trabalho deles. Além disso, dá uma
visão ampla para a sociedade que mexe com as políticas culturais”,
disse a presidenta da Associação Brasileira de Teatro de Bonecos, Ângela
Escudeiro, responsável pelo pedido de reconhecimento.
A
brincadeira começa com a montagem de uma espécie de barraca. Em seguida,
os participantes ficam atrás da barraca e começa o espetáculo, com os
bonecos em cena e a introdução de um texto poético. Além da narrativa, a
peça contém elementos surpresas, muitas vezes sugeridos pelo mestre
bonequeiro. Normalmente, as sugestões ocorrem a partir de conhecimento
prévio sobre o público.
Conforme o Iphan, a prática carrega
elementos fundamentais para sustentabilidade da identidade e memória das
regiões onde a brincadeira é mais forte, tornando-se referência
cultural atualizada ao longo do tempo, mas mantendo relações de
tradição, pertencimento e coletividade.
“O Teatro de Bonecos
Popular do Nordeste não é um brinquedo ou um traço do folclore. Envolve,
sobretudo, a produção de conhecimento criativo, artístico e com uma
forte carga de representação teatral”, informou o Iphan.
A
prática é mais forte no Maranhão e Ceará, onde é chamada de Cassimiro
Coco. No Rio Grande do Norte, é conhecido como João Redondo e Calunga.
Na Paraíba, é denominada Babau enquanto em Pernambuco é chamada
Mamulengo.
Para a professora e pesquisadora Isabela Brochado,
também do grupo que requereu o reconhecimento dos bonecos, a decisão do
Iphan é importante para manter viva a tradição. “A perda de acervo
imaterial - elementos orais, técnicas de escultura ou pintura e dança -
pode levar a um esvaziamento da identidade das comunidades”, afirmou.
Também
hoje, o conjunto arquitetônico do Sesc Pompeia, em São Paulo,
transformou-se em patrimônio cultural protegido pelo Iphan. O conjunto
foi projetado pela arquiteta Lina Bo Bardi, na década de 1970. A obra
foi dividida em duas etapas. Iniciada em 1977 e concluída em 1986, a
primeira foi o centro de lazer nos antigos galpões, incluindo oficinas
de artesanato, biblioteca e salão de convivência.
Na segunda
etapa, foram construídos os dois prédios do bloco esportivo, inaugurados
em 1986. Eles são ligados por passarelas, que concentram atividades
físicas, como quadras, piscina e salão de ginástica.
Segundo o
Iphan, o Sesc Pompeia é considerado um marco da arquitetura brasileira,
"referência arquitetônica nacional e internacional e um dos mais
importantes centros de convivência e de cultura da cidade de São Paulo”.