Sexta, 24 de
julho de 2015
Daniel Mello-
Repórter da Agência Brasil
Os petroleiros fazem hoje (24) mobilização contra a venda de
ativos da Petrobras e as mudanças no modelo de exploração do pré-sal. Segundo o
Sindicato Unificado dos Petroleiros do estado de São Paulo (Sindipetro), o
movimento conseguiu paralisar todas as unidades de produção no estado.
A coordenadora geral da entidade, Cibele Vieira afirma que
desde a meia-noite de hoje estão paradas as refinarias de Paulínia, Mauá,
Santos e Cubatão e os nove terminais da Transpetro. Em todo o país foram feitas
ações semelhantes.
Na opinião da coordenadora, a empresa deveria buscar outras
formas de superar a crise. “A Petrobras tem de fato uma dívida grande, mas
porque ela é uma das empresas que mais investe no mundo. Porque ela é a
petrolífera que mais descobre petróleo. É um endividamento bom”, ponderou.
De acordo com ela, a venda de bens da empresa, prevista nos
planos apresentados para reduzir o endividamento da companhia, não é a melhor
opção. “Diminuir o investimento temporariamente é uma coisa, agora se desfazer
da estrutura é outra completamente diferente”, enfatizou.
Uma das soluções apontadas pela sindicalista é aumentar a
participação da Petrobras na exploração do petróleo da camada pré-sal. “O
governo, há um tempo atrás, fez capitalização da empresa usando o pré-sal. Por
que, ao invés, de tirar a Petrobras do pré-sal, ele não passa mais poços do
pré-sal para a Petrobras, e com isso aumenta o valor da empresa e diminui a
relação entre dívida e patrimônio?”, questinou.
Em tramitação no Congresso Nacional, o Projeto de Lei
131/2015, do senador José Serra (PSDB-SP), revoga a participação obrigatória da
Petrobras na exploração e produção de petróleo do pré-sal. Pela legislação
atual, aprovada em 2010, a estatal deve participação de ao menos 30% da
exploração e produção em cada licitação.
A Petrobras informou, em nota, que “as atividades da empresa
estão dentro da normalidade, sem prejuízo à produção”. Porém, a empresa
ressaltou que foram registrados bloqueios na entrada de empregados o que gerou
atrasos e corte da rendição de turno em algumas unidades.
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