Quarta, 29 de julho de 2015
A taxa passou para 14,25%, mas os bancos só compram título do governo se receberem bem mais do que a taxa básica. Como pagamos? Com os arrochos e a deterioração da saúde, educação, segurança etc. Clique no link a seguir e entenda mais mais sobre a agiotagem que os governos permite que nos torture.
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Wellton Máximo - Repórter da Agência Brasil
Pela sétima vez seguida, o Banco Central (BC) reajustou os juros
básicos da economia. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária
(Copom) aumentou hoje (29) a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para
14,25% ao ano. Na reunião anterior, no início de junho, a taxa também
tinha sido reajustada em 0,5 ponto.
Com o reajuste, a Selic
retorna ao nível de outubro de 2006, quando também estava em 14,25% ao
ano. A taxa é o principal instrumento do BC para manter sob controle a
inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA).
Em comunicado, o Copom indicou que os juros básicos
devem ficar inalterados daqui para a frente. "O comitê entende que a
manutenção desse patamar da taxa básica de juros, por período
suficientemente prolongado, é necessária para a convergência da inflação
para a meta no final de 2016", destacou o texto.
Oficialmente, o
Conselho Monetário Nacional estabelece meta de 4,5%, com margem de
tolerância de 2 pontos, podendo chegar a 6,5%. No entanto, ao anunciar a
nova meta de esforço fiscal, na semana passada, o governo estimou que o
IPCA encerre o ano em 9%.
Segundo
o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA
acumula 9,31% nos 12 meses terminados em junho. De acordo com o boletim
Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo
Banco Central, o IPCA encerrará 2015 em 9,23%. Este ano, a inflação está
sendo pressionada pelos aumentos de preços administrados como energia e
combustíveis.
Embora ajude no controle dos preços, o aumento da
taxa Selic prejudica a economia, que atravessa um ano de recessão, com
queda na produção e no consumo. De acordo com o boletim Focus,
analistas econômicos projetam contração de 1,76% do Produto Interno
Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos pelo país) em 2015. O
governo prevê redução de 1,5% segundo as projeções enviadas pelo
Ministério do Planejamento ao Congresso na semana passada.
A taxa
é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de
Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais
taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o
excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos
encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros
básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo,
mas alivia o controle sobre a inflação.