Quinta, 11 de fevereiro de 2016
Alex Rodrigues – Repórter da Agência Brasil
O presidente afastado da construtora Andrade Gutierrez, Otavio
Azevedo, continua preso na carceragem da Polícia Federal (PF), em São
Paulo. A expectativa é de que, caso não obtenha um habeas corpus, ele seja transferido para o Rio de Janeiro. Até o início da tarde de hoje (11), a PF não informava quando isso deve ocorrer.
O
executivo voltou a ser detido, em caráter preventivo, no final da tarde
dessa quarta-feira (10). Azevedo estava em liberdade há apenas cinco
noites. Até a última sexta-feira (5), quando o juiz federal Sergio Moro o
autorizou a cumprir prisão domiciliar, ele estava preso no Complexo
Médico Penal, na Região Metropolitana de Curitiba (PR).
Alvo da
Operação Lava Jato, Azevedo é acusado de participar de um esquema de
corrupção de agentes públicos e políticos para fraudar contratos da
Petrobras e da Eletronuclear, superfaturando-os. Ele responde pelos
crimes de organização criminosa, corrupção ativa, lavagem de dinheiro.
Sua
primeira prisão ocorreu em junho de 2015, durante a décima quarta fase
da Lava Jato. No início da noite de sexta-feira (5), o juiz Sergio Moro
autorizou que ele e o executivo da Andrade Gutierrez, Elton Negrão,
deixassem o Complexo Médico Penal e aguardassem em casa a conclusão do
processo relativo à Petrobras. Azevedo e Negrão passaram do regime de
prisão preventiva para o de prisão domiciliar, depois de assinarem
acordo de delação premiada.
No sábado, um dia após Azevedo e
Negrão serem soltos no Paraná, o juiz da 7ª Vara Federal do Rio de
Janeiro, Marcelo da Costa Bretas, que comanda as investigações sobre
fraudes na Eletronuclear (uma outra frente das investigações da Operação
Lava Jato) determinou que Azevedo voltasse a ser preso. Para Bretas, a
decisão do juiz Sergio Moro, responsável pelas investigações dos crimes
cometidos na Petrobras, não anula o mandado em que ele, Bretas, decretou
a prisão preventiva do executivo pelas denúncias envolvendo a
Eletronuclear. O mandado de prisão assinado por Bretas permaneceu em
aberto enquanto Azevedo esteve preso por determinação de Moro.
O
próprio relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro
Teori Zavascki, já emitiu parecer avaliando que os dois casos não estão
associados, apesar do envolvimento de investigados.
A Agência Brasil procurou
o advogado de Azevedo, Juliano Breda, mas funcionários do escritório
orientaram a reportagem a contatar a assessoria da Andrade Gutierrez. A
construtora, por sua vez, respondeu que não comentaria o assunto. Ontem,
Breda adiantou a vários veículos que, hoje, entraria com um pedido de
revogação da prisão de seu cliente.