Segunda, 22 de fevereiro de 2016
Ivan Richard – Repórter da Agência Brasil
Os ex-governares do Distrito Federal José Roberto Arruda e
Joaquim Roriz, além de mais quatro pessoas, entre elas o ex-conselheiro
do Tribunal de Contas do DF Domingos Lamoglia, foram condenados hoje
(22), em primeira instância pela 2ª Vara de Fazenda Pública do DF, por
improbidade administrativa. Eles eram réus no processo oriundo da
Operação Caixa de Pandora, que também ficou conhecido como mensalão do
DEM.
Com a condenação, que ainda cabe recurso, os envolvidos
perdem os direitos políticos por dez anos, terão que devolver juntos R$
250 mil aos cofres públicos e pagar multa no valor de R$ 2 milhões. Eles
também ficam proibidos de ocupar cargos públicos ou firmar contratos
com a administração pública por uma década. Eles terão ainda que
devolver os bens adquiridos de forma ilegal.
Além de Arruda,
Roriz e Lamoglia, também foram condenados hoje o delator do esquema,
Durval Barbosa, o ex-assessor de imprensa do governo do DF Omésio Pontes
e o ex-policial civil Marcelo Toledo.
As condenações foram
expedidas pelo juiz Álvaro Ciarlini. O processo está em curso desde
2011, quando Durval Barbosa entregou à Justiça três vídeos que
comprovariam a existência de um esquema de corrupção no governo do DF.
De acordo com informações do processo, no primeiro vídeo, o delator
entrega a Arruda um pacote com R$ 50 mil, segundo ele, provenientes de
propina paga por empresas de informática.
No segundo vídeo,
aparecem Omésio Pontes e Domingos Lamoglia, principais assessores de
Roriz a época, recebendo de Durval vários pacotes de dinheiro para
projetos de jornais alternativos, gráfica e o Jornal da Comunidade,
com a finalidade de financiar a campanha de Arruda para o pleito de
2006. No terceiro vídeo, aparecem Omésio Pontes e Marcelo Toledo
entregando a Durval a quantia de R$ 110 mil, arrecadados da empresa
Logan, no ano de 2009. O montante serviria para pagar escritórios de
campanha mantidos por Arruda em Samambaia, cidade do Distrito Federal, e
na 502 Sul, região central da capital federal.
Defesa
O
advogado do ex-governador José Roberto Arruda, Ticiano Figueiredo,
disse que vai recorrer da sentença e criticou a atuação do juiz Álvaro
Ciarlini. “Vamos recorrer. A defesa ficou perplexa com a decisão porque
levou em consideração os vídeos e depoimentos do senhor Durval Barbosa.
No entanto, por mais de uma vez, a defesa do Arruda e dos outros réus
comprovaram inequivocamente as contradições nos depoimentos do Durval e a
idoneidade dos vídeos”, disse Figueiredo à Agência Brasil.
Para
Figueiredo, o juiz do caso age de forma “parcial” e “apaixonada” e, por
isso, pretende questionar a parcialidade de Ciarlini.
A reportagem não conseguiu contato com as defesas dos demais condenados.
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