Sábado, 27 de fevereiro de 2016
André Richter – Repórter da Agência Brasil
A
presidenta Dilma Rousseff disse hoje (27), em entrevista em Santiago,
no Chile, que não governa só para o PT, mas para os 204 milhões de
brasileiros. Antes de participar de um almoço com a presidenta chilena,
Michele Bachelet, Dilma também confirmou que não compareceria à festa de
aniversário de 36 anos do partido, no Rio de Janeiro, por ter
compromissos oficiais agendados no Chile, como reunião na Comunidade de
Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
Na entrevista,
Dilma foi questionada sobre críticas de algumas alas do PT sobre a
condução da política econômica do governo. Ela disse que as divergências
com a legenda são normais, mas que sempre pedirá e contará com o apoio
dos petistas.
"O governo é uma coisa, os partidos são outra. Em
que pese eles serem a base, muitas vezes, eles divergem. Isso é normal.
Eu sempre pedirei apoio e conto com o apoio deles. Eu não governo só
para o PT. Eu governo para os 204 milhões de brasileiros. Eu não governo
só para o PP, só para o PSD, só para o PDT ou só para o PMDB. Eu tenho
de governar olhando todos os interesses e, como o nome diz, o partido é
sempre uma parte", disse a presidenta.
Sobre a festa de
aniversário do PT, Dilma afirmou que a legenda foi informada de que ela
não poderia comparecer em função da viagem oficial do Chile. "Eu
gostaria muito [de comparecer]. Eu imagino que você [jornalista] perceba
que entre o Chile e o Brasil tem um problema de distância. São quatro
horas de avião. Eu ainda tenho um almoço com a presidente Bachelet e
ainda tenho uma fala na Celac [Comunidade de Estados Latino-Americanos e
Caribenhos]. O PT foi avisado de que eu não compareceria."
CPMF e reforma da Previdência
Diante
dos recentes cortes nas notas de avaliação de crédito do Brasil por
agências internacionais de classificação de risco, a presidenta voltou a
defender a reforma da Previdência e a recriação da Contribuição
Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) para estabilizar a
situação fiscal e permitir o que país volte a crescer. Segundo Dilma, o
governo também vai fazer sua parte para retormar o crescimento.
"Nós
queremos voltar a crescer. E, para voltar a crescer, também é
importante ter investimentos, como os do setor privado, e que também o
setor público faça sua parte, por exemplo, na infraestrutura. Neste ano
ainda, nós vamos leilorar aeroportos, portos, rodovias e ferrovias,
porque isso também faz parte do crescimento do país."