Quinta, 3 de março de 2016
Ana Cristina Campos e Pedro Peduzzi – Repórteres da Agência Brasil
A presidenta Dilma Rousseff está reunida com o
recém-empossado ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), José Eduardo
Cardozo, e com o ministro-chefe da Casa Civil da Presidência, Jaques
Wagner, após a divulgação da delação do senador Delcídio do Amaral
(PT-MS). A reunião não consta da agenda oficial da presidenta.
Segundo a revista Isto É,
o senador teria firmado um acordo de delação premiada com a equipe que
investiga a Operação Lava Jato e, nos depoimentos, Delcídio do Amaral
teria dito que a presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva tinham conhecimento do esquema de corrupção na Petrobras.
Após
a cerimônia de posse na manhã de hoje (3) no Palácio do Planalto,
Cardozo disse, momentos após assumir o novo cargo, que o senador
Delcídio “não tem nenhuma credibilidade” para fazer qualquer acusação,
caso sejam confirmadas informações de que ele tenha feito acordo de
delação premiada com o Ministério Público Federal.
“Vamos ser
francos. Em primeiro lugar, não sei se há realmente uma delação
premiada. Se houver, o senador Delcídio, com quem sempre tive excelentes
relações, não tem primado por dizer a verdade”, disse Cardozo.
Ele
deixou o comando do Ministério da Justiça e assumiu a AGU.
“Sinceramente, independentemente do que foi dito, o senador Delcídio,
depois de todos os episódios, não tem nenhuma credibilidade para fazer
nenhuma afirmação”, acrescentou.
Delcídio do Amaral foi preso
pela Operação Lava Jato, após apresentação de uma gravação em que ele
oferece R$ 50 mil por mês e um plano de fuga ao ex-diretor da Petrobras
Nestor Cerveró, para que Cerveró não firmasse acordo de delação premiada
com o Ministério Público. O senador ficou preso por mais de 80 dias. No
dia 19 de fevereiro, o senador passou, por determinação judicial, a
cumprir o recolhimento domiciliar noturno e nos dias de folga.