Terça, 17 de outubro de 2017
Por Hélio Fernandes*
A
primeira denúncia foi isolada, não cabia fatiamento. E o clima entre o presidente
da República e o da Câmara, estava longe da hostilidade a que chegou. A segunda
permitia o fatiamento. Mas o presidente apressadamente garantiu que não
haveria.
Se a
denúncia incluísse outro ministro não "familiar" como Moreira Franco,
Maia teria sido mais contido e comedido. Agora não dá para mudar, embora
tudo indique que a vontade de derrotar Temer se avolumou bastante. Sem falar
que o favorecido imediato, com o afastamento de Temer, seja o próprio Rodrigo
Maia.
Muitos
deputados constrangidos em "salvarem" Moreira e Eliseu, pedem a Maia,
que imponha o fatiamento. A legislação permite até 72 horas antes da
votação. Sem exceção, garantem: "Votaremos pela aceitação da denuncia
contra Temer".
O clima
de hostilidade Temer-Maia, saiu do esconderijo, passou a ser ostensivo. Primeiro
o advogado, depois o próprio Temer: "O vazamento da delação do doleiro
Funaro foi CRIMINOSO".
Como os
dois dirigiam a acusação contra a Câmara, embora não pessoalmente atingindo
Maia, este incisivo e sem hesitação, veio a público: "Os funcionários da
Câmara entrarão na Justiça contra o advogado do presidente".
Mais
claro, impossível. Surpreendente a inatividade Maia no assunto. A segunda
denúncia está custando mais cara, com o dinheiro do contribuinte.
Possibilidade de chegar aos 342 votos fatais a Temer, só com a colaboração do
presidente da Câmara. Incompreensível e inexplicável, que Maia se mantenha
distante.
30 SANTOS-MÁRTIRES PARA O BRASIL
A invasão
holandesa, deixou traços administrativos positivos no Rio e em Pernambuco. Mas
em matéria de violência, ultrapassaram todos os limites, chegando ao ponto do
massacre, repetido, lá e aqui.
A própria
Igreja Católica se revoltou, e iniciou um processo de canonização-martirização, que começou em 1645 e terminou agora, 372 anos depois.
O Papa
Francisco não tem a menor culpa. Mas o Departamento de Canonização do Vaticano,
é mais lento do que o Supremo Tribunal Federal do Brasil.
A OAB E NUZMAN
O órgão
máximo dos advogados, anunciou: "Estamos estudando a possibilidade de
cassar o registro e o diploma do ex-presidente do COB, Carlos
Nuzman". Não é caso de estudo e sim de ação efetiva e urgente.
Se as
denúncias se restringissem à corrupção no caso da sede da Olimpíada, se
justificaria o estudo.Mas as acusações vão se concretizando e aumentando. O
banco da Suíça confirmou que ele tem, lá, 16 barras de ouro, sem origem,
jamais trabalhou.
Comprou
um prédio na rua do Livramento (antiga sede do Jornal do Comércio) por 12
milhões, pagos pelo COB, mas de sua propriedade. Fora os honorários de 5 milhões
e meio do contrato de defesa, enviados ao COB, que não pagou.
A OAB não
precisa ficar com a sensação da injustiça. Nuzman, que jamais advogou,
ficará tanto tempo na Papuda, que não precisará mais do diploma.
O JULGAMENTO DE AÉCIO, TALVEZ OCORRA HOJE
A dúvida
e incerteza, por causa de uma possível prorrogação. Se os senadores, depois de
uma tumultuada sessão de 13 horas, não sabem nada, imaginem os senadores, tendo
que interpretar, o que os próprios ministros não conseguiam.
Dos 11
ministros, apenas 2 sabiam como votaram. Fachin, o relator, que desbastava o
caminho para os outros. E Celso de Mello, que sabia tanto que deu para ensinar
a própria presidente, que nem guiada pelo decano, conseguiu encontrar o
caminho de casa.
Na
identificação dos votos, Cármen Lúcia, nessa desastrosa quarta-feira, explicou
afirmativamente. Votei integralmente com o relator. Este, delicadamente,
explicou. Acompanhou num item, votou contra nos outros cinco. Cármen Lúcia
ficou estarrecida.
PS- Outra
grande dúvida? Voto ABERTO ou FECHADO. Os que pretendem se esconder,
querem o voto secreto, como manda a Constituição. Os que votam por convicção,
querem o nominal.
PS2-
A sessão vai ser iniciada, e tudo é incerto e desconhecido.
*Matéria pode ser republicada com citação do autor
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