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(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 11 de março de 2019

Escritório da ONU alerta para homicídios de mulheres cometidos pelos próprios parceiros das vítimas

Segunda, 11 de março de 2019
Da
ONU no Brasil

Em mensagem para o Dia Internacional das Mulheres, 8 de março, o chefe do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC), Yury Fedotov, alertou na sexta-feira que cerca de um terço das mulheres mortas intencionalmente no mundo é assassinado pelo parceiro íntimo – atual ou antigo.
Em 2017, foram 30 mil vítimas de homicídio pelos próprios companheiros em todo o planeta, de um total de 87 mil assassinatos contra a população do sexo feminino.
A violência doméstica e familiar e o menosprezo ou discriminação à condição de mulher estão incluídos na lei que tipifica o crime de feminicídio. Foto: Agência Brasil / Fernando Frazão
A violência doméstica e familiar e o menosprezo ou discriminação à condição de mulher estão incluídos na lei que tipifica o crime de feminicídio no Brasil. Foto: Agência Brasil/Fernando Frazão
Ainda de acordo com o dirigente, desse grupo, 20 mil foram mortas por outros membros da família.Em mensagem para o Dia Internacional das Mulheres, 8 de março, o chefe do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC), Yury Fedotov, alertou na sexta-feira que cerca de um terço das mulheres mortas intencionalmente no mundo é assassinado pelo parceiro íntimo – atual ou antigo. Em 2017, foram 30 mil vítimas de homicídio pelos próprios companheiros em todo o planeta, de um total de 87 mil assassinatos contra a população do sexo feminino.

Fedotov ressaltou que “a igualdade de gênero ainda está longe de se tornar realidade em muitas áreas de nossas vidas” – o que se reflete numa maior vulnerabilidade das mulheres não apenas à violência de cunho machista, como também à criminalidade.
“Cerca de 70% das vítimas de tráfico detectadas em todo o mundo são mulheres. A proporção de mulheres condenadas por crimes relacionados a drogas é maior que a dos homens. E as mulheres com transtornos por uso de drogas enfrentam barreiras estruturais, sociais, culturais e pessoais importantes para acessar o tratamento (de que precisam)”, lembrou o chefe do organismo internacional.
O dirigente explicou ainda que “o UNODC está ajudando a desenvolver e promover abordagens sensíveis ao gênero nas áreas de seu mandato, da justiça criminal aos serviços de prevenção, tratamento e reabilitação de drogas, bem como HIV/AIDS, contribuindo assim para melhorar a igualdade de acesso aos serviços públicos”.
Segundo Fedotov, a agência também tem se empenhado em fortalecer as respostas da justiça para eliminar a violência de gênero e prestar serviços às vítimas desse tipo de violação.
“O UNODC trabalha para promover a participação e representação das mulheres em agências de justiça criminal, onde elas frequentemente têm representação insuficiente, especialmente em níveis sênior e gerencial. Estudos mostraram que mais mulheres na aplicação da lei podem resultar em mudanças sistêmicas, incluindo estilos policiais mais eficazes, custos reduzidos e taxas mais baixas de escalada da violência”, explicou o dirigente.