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(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Mobilidade: TCDF puxa o freio-de-mão do VLT

Quinta, 9 de setembro de 2021
                                                                                               VLT Rio
Ao contrário do VLT do Rio de Janeiro, o projeto para o de Brasília prevê redes aéreas de fiação elétrica para energizar os VLTs. A tecnologia, é considerada antiga, já existindo soluções melhores técnica e esteticamente. Foto da Agência Brasil.

Do Blog Brasília, por Chico Santana

A avaliação feita pelo TCDF “aponta para diversas impropriedades”. A decisão estava trancada a sete chaves. Em abril desse ano, o órgão aprovou unanimemente que o GDF “suspenda cautelarmente, até ulterior deliberação plenária, o processo de contratação que trata da concessão, na modalidade patrocinada, da implantação e prestação do Serviço Público de Transporte Urbano Coletivo por VLT, ligando o Terminal Asa Sul (TAS) ao Terminal da Asa Norte (TAN), passando pela via W3, e sua extensão até o Aeroporto JK, bem como da implantação de sistema de circulação complementar para bicicletas e pedestres, entre as quadras 600 e 900”.

Por Chico Sant’Anna

Pode se dizer que subiu no telhado a tão esperada implantação do Veículo Leve sobre Trilhos – VLT ligando o Aeroporto ao final da Asa Norte, trafegando pela avenida W.3 Sul e Norte. Além do VLT, o projeto previa um sistema complementar de bicicleta ao bondes elétricos. O Tribunal de Contas do DF puxou o freio-de-mão do empreendimento, orçado em 2019 em quase R$ 10 bilhões (R$ 9.243.625.565,39) e que teve o modelo de negócio elaborado por um consórcio de empresas liderado pela empresa de ônibus Piracicabana, do grupo Constantino. Cerca de 2,4 bilhões seriam pagos pelo governo para a implantação e o restante repassado ao longo de trinta anos a título de gestão do sistema. Esses valores datam de julho de 2019. De lá para cá, a cotação do Euro que norteia o orçamento valorizou cerca de 44%, o que elevaria o custo do projeto para R$ 13,310 bilhões.

A avaliação feita pelo TCDF “aponta para diversas impropriedades”. A decisão estava trancada a sete chaves. Em abril desse ano, o órgão aprovou unanimemente que o GDF “suspenda cautelarmente, até ulterior deliberação plenária, o processo de contratação que trata da concessão, na modalidade patrocinada, da implantação e prestação do Serviço Público de Transporte Urbano Coletivo por VLT, ligando o Terminal Asa Sul (TAS) ao Terminal da Asa Norte (TAN), passando pela via W3, e sua extensão até o Aeroporto JK, bem como da implantação de sistema de circulação complementar para bicicletas e pedestres, entre as quadras 600 e 900”.

Esse é um projeto que vem sendo acalentado pelo brasiliense desde 2009. É tido como instrumento fundamental de revitalização da W.3 e solução parcial de um dos graves problemas de mobilidade urbana por que passa Brasília. Na gestão de José Roberto Arruda, a Justiça suspendeu vários contratos por apontar irregularidades. Apesar de ter contado com recursos federais para a sua execução, nem Arruda, nem Rogério Rosso, nem Agnelo Queiroz, nem Rodrigo Rollemberg conseguiram tirá-lo do papel. Agora, Ibaneis Rocha tentava executá-lo repassando a tarefa para a iniciativa privada.