Sexta, 1 de junho de 2012
Na avaliação do senador Pedro Simon (PMDB-RS), as ações criminosas de
Carlinhos Cachoeira não teriam prosperado se tivessem sido punidos os
responsáveis pelo esquema de pagamento de propina revelado em 2004, por
meio de conversa gravada entre o contraventor e Waldomiro Diniz, então
assessor da Casa Civil.
– As proezas do senhor Cachoeira vêm de longe e se tivessem sido
tomadas as providências, desde o episódio do grampo de propina com
Waldomiro Diniz, a crise não teria chegado aonde chegou – disse.
O senador questionou o fato de o aparato de fiscalização da Receita
Federal, “um dos mais sofisticados do planeta”, segundo ele, não
conseguir identificar negociações ilícitas envolvendo grandes empresas,
como as que estão sendo agora investigadas pelo Congresso por meio da
CPI.
– Por que figuras como o senhor Cachoeira e tantos outros, alguns
deles bastante conhecidos, passam ilesos a tanta sofisticação
tecnológica, ainda que ostentem padrões de vida incompatível com seus
alegados rendimentos? Por que para esses a Receita é míope? –
questionou.
Em seu discurso, nesta sexta-feira (1), Simon fez um paralelo entre o esquema de Carlinhos Cachoeira e o caso do Mensalão, questionando
as motivações para o encontro entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes,
ocorrido em abril, no escritório do ministro aposentado do STF Nelson
Jobim.
Conforme divulgado na imprensa, o ex-presidente teria levado a Gilmar
Mendes argumentos sobre a inconveniência de o Supremo votar neste
momento o caso do Mensalão.
– Até um estudante de Direito saberia que a protelação do julgamento
só interessa a quem aposta na prescrição dos crimes que são imputados
aos réus. A inconveniência de julgar já tem a ver com a conveniência em
ver prescrever os delitos. Nada mais, afirmou Pedro Simon.
Fonte: Agência Senado