Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

domingo, 12 de maio de 2013

Procuradoria reage e diz que PF quer monopólio da investigação

Domingo, 12 de maio de 2013 
Precisa haver uma conjugação de esforços no combate à corrupção, disse o procurador Hélio Telho

Fausto Macedo - O Estado de S. Paulo
O Ministério Público Federal (MPF) reagiu às críticas do superintendente regional da Polícia Federal em São Paulo, delegado Roberto Troncon Filho, que, em debate na sede paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SP), na semana passada, defendeu a PEC 37, Proposta de Emenda à Constituição que alija promotores e procuradores do poder de investigar crimes. "Não é o Ministério Público Federal que quer o monopólio da investigação, a polícia é que está atrás", afirma o procurador da República Hélio Telho.

Especialista do Ministério Público Federal em ações de combate ao crime organizado e à corrupção, Telho foi indicado pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) para rebater os argumentos de Troncon - o experiente delegado condenou a "campanha articulada em nível nacional por parte do Ministério Público, que carece de fundamentos técnicos jurídicos, mas tem sido bastante eficaz no convencimento das pessoas que não são do mundo jurídico, por usar uma prática maniqueísta condenável".

Troncon disse que "é uma tremenda falácia, discurso muito fácil, o Ministério Público apresentar-se como único representante do bem na sociedade brasileira, apto a combater o mal da corrupção que assola o País".

Hélio Telho, o procurador, disse que não foi sua instituição quem propôs a PEC 37. "O Ministério Público não é contra a PEC 37 por se considerar melhor, ou acima do bem e do mal. É contra porque a PEC 37 restringe a um único órgão a investigação, pressupondo que esse órgão é a polícia, capaz de estar acima do bem e do mal. Não estamos pleiteando que fiquemos isolados na investigação, quem busca a exclusividade não somos nós. A afirmação do delegado e Troncon é equivocada. A gente não se acha os únicos capazes. Achamos que tem que ser realizado um trabalho conjunto. Precisa haver uma conjugação de esforços no combate à corrupção."