Segunda, 4 de julho de 2011
Por Ivan de Carvalho
Presente ao desfile cívico do 2 de Julho, o
presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, qualificou de “especulação” a
hipótese de uma candidatura sua a governador da Bahia em 2014. E usou a mesma
qualificação para notícias, na mídia nacional, de que pode deixar a presidência
da Petrobrás no fim deste ano e assumir uma secretaria estadual no governo
Wagner, como preparação para a candidatura ao governo.
Quanto ao que está escrito
acima, cabe assinalar que uma coisa é “especulação” e outra coisa bem distinta
é “não”. Gabrielli optou pelo primeiro vocábulo, no que foi verdadeiro, pois
embora ainda não haja certeza alguma sobre ser ele o candidato do PT à
governador da Bahia em 2014, seu nome está posto para valer como uma
alternativa muito forte. Aliás, também é a alternativa de maior visibilidade
para a mídia brasileira.
A ideia de que a preparação
de eventual candidatura de Gabrielli a governador passaria necessariamente por
deixar a Petrobrás no final deste ano e ocupar uma certamente importante
secretaria estadual não parece correta. Essa manobra, até certo ponto,
aproximaria Gabrielli do cotidiano baiano, o que ajudaria. Mas se houver uma
articulação importante em favor de sua candidatura, nada tem de imprescindível
ele permanecer na presidência da Petrobrás os adeptos de sua candidatura se
encarregam de projetá-lo mais diretamente junto ao eleitorado baiano.
O fato de estar no desfile
do 2 de Julho pode funcionar como um pequeno sinal de suas aspirações, mas ele
é veraz quando diz que já participou desse desfile muitas vezes, “sendo ou não
candidato”. Aliás, aqui vale lembrar que se a “especulação” para 2014 se
transformar em fato, não será a primeira vez que Gabrielli disputará o governo
baiano, ao qual já foi candidato pelo PT em 1990.
Embora esteja na relação de
alternativas do PT para governador em 2014 com destaque, Gabrielli tem
companheiros de lista. Três podem ser citados no momento, muito a julgar pelo
noticiário da mídia baiana, mas alguns, pelo menos, por já notados esforços de
bastidores. Há o senador Walter Pinheiro, de quem alguns correligionários dizem
com ironia que “é candidato a tudo”; o prefeito reeleito de Camaçari,
presidente da União dos Municípios da Bahia e ex-coordenador geral da campanha
eleitoral de Jaques Wagner para governador, Luiz Caetano; e a prefeita reeleita
de Lauro de Freitas e ex-deputada Moema Gramacho, cuja presença na lista provavelmente
é para afirmar o lado feminino do PT e cuja ausência no desfile do dia 2 – como
também foi o caso de Walter Pinheiro – é interessante, mas não a exclui da
lista.
Nada do que já foi dito nas
linhas precedentes representa realmente novidade. O que o repórter buscou foi
apenas pintar o quadro de nomes que estão postos atualmente no PT como
alternativas para a disputa do cargo de governador nas eleições de 2014.
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Este artigo foi publicado originalmente na Tribuna da Bahia desta segunda.
Ivan de Carvalho é jornalista baiano.