Sábado, 11 de fevereiro de 2012
Da Agência Brasil
Carolina Gonçalves, repórter
Rio de Janeiro - O diretor jurídico do Sindicato da Polícia Civil do
Rio, Francisco Chao, anunciou há pouco que a categoria suspendeu sua
participação no movimento grevista dos profissionais de segurança
pública, anunciado na última quinta-feira (9). "Não estamos cancelando a
greve, mas suspendendo para, na próxima quarta-feira (15), avaliar os
fatos que ocorreram até agora e deliberar sobre as próximas ações",
explicou.
Dois motivos foram apontados por Chao para a decisão. Ele disse que
foi procurado por policiais, que relataram o temor sobre possíveis ações
de marginais com a suspensão de parte das atividades. A outra razão,
segundo o diretor, seria a baixa adesão ao movimento. "As ruas estão
cheias de viaturas da PM [Polícia Militar] e é difícil acreditar em
movimento reivindicatório sem adesão".
Cristiane Daciolo, mulher do cabo Benevenuto Daciolo, do Corpo de
Bombeiros, um dos líderes do movimento, preso na noite de quarta-feira
(8), disse que como uma das porta-vozes dos bombeiros, não pode se
posicionar sobre a greve enquanto seu marido está no Complexo
Penitenciário e no mesmo dia em que 15 bombeiros foram presos no
Grupamento Especial Prisional (GPE). "Amanhã [12], teremos em Copacabana
um ato de repúdio às prisões e logo depois farermos uma assembleia para
definir os próximos passos", acrescentou.
Cristiane informou ainda que na próxima terça-feira (14) vai
recorrer à esfera federal, em Brasília, juntamente com uma comissão de
mulheres, para tentar reverter a prisão de seu marido em um complexo
penitenciário. Ela explicou que como militar ele deveria ter sido
encaminhado ao GPE.
Os bombeiros presos hoje foram encaminhados para o Grupamento
Especial em São Cristovão, na Baixada Fluminense, e vão passar pelo
conselho disciplinar da corporação, que pode decidir pela expulsão.
Um dos líderes dos bombeiros, o sargento Paulo Nascimento, informou que
soube hoje do pedido de sua prisão e que vai se apresentar amanhã (12)
em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
Nessa sexta-feira (10), o Corpo de Bombeiros divulgou nota
informando que 123 guarda-vidas foram indiciados por falta ao serviço e
que todos seriam presos administrativamente. A nota informava ainda que o
comandante do 2º Grupamento Marítimo (Gmar), na Barra da Tijuca, zona
oeste do Rio, tenente-coronel Ronaldo Barros, foi exonerado do cargo.