Domingo, 7 de outubro de 2012
Por Gilvan Rocha
Por Gilvan Rocha
O seu
primeiro passo, no sentido de sua radical mudança de postura, deu-se quando
publicou a sua famosa “Carta ao Povo Brasileiro”. Neste documento público, o
ex-metalúrgico apresentou-se como alguém em quem o grande capital deveria
confiar. Eleito presidente, Lula e o seu partido, fizeram todo o empenho, em
cumprir à risca o que havia prometido a burguesia e ela não haveria de ficar
insatisfeita com essa atitude.
Diante
disso, cabe-nos perguntar: qual elite não se conformava em ver Lula no governo?
Seria a elite do capital financeiro, cuja encarnação é formada pelos banqueiros
tão bem sucedidos nos governos petistas? Seria a elite do agronegócio, que tem acumulado
vultosas fortunas nesses últimos anos de governo? Seria a elite da burguesia
industrial, que tem resmungado e se mostrado descontente com a leve diminuição
dos seus lucros? Mas não foi essa elite industrial beneficiada com a renúncia
fiscal através da suspensão de cobrança do IPI, em alguns ramos de atividade? Seria a elite do crime organizado, que tanto
prosperou nesses últimos anos, os insatisfeitos com o aludido governo? Enfim,
qual é mesmo a elite que não se conforma com a presença do lulismo?
Essa
questão deveria ficar mais clara e não encoberta por nuvem de fumaça,
alimentada pelo petismo e seus asseclas, com o objetivo de que tudo fique
nebuloso, que nada seja visto. É dever da verdadeira, porém diminuta esquerda,
explicitamente anticapitalista, procurar desnudar a inconsistência e a falácia
desse mentiroso discurso de que a elite se sente incomodada com o Lula e com o
lulismo. Isso é uma desbragada enganação, e é bom que nos lembremos do
reconhecimento público do líder maior do capitalismo mundial, sr. Barack Obama,
quando se referindo ao ex-metalúrgico disse: “ele é o cara”.
Fonte: Blog do Gilvan Rocha