Segunda, 25 de março de 2013
Por Ivan de Carvalho

A
sempre afirmada pelos políticos e pela imprensa e jamais desmentida – por
Wagner – preferência do governador pela candidatura de Rui Costa, seu atual
chefe da Casa Civil e ex-secretário de Relações Institucionais (amigo de
décadas e companheiro de sindicalismo no polo petroquímico) já dava um
chega-prá-lá em Caetano.
Mas
que não fosse por isso. É que esse chega-prá-lá atinge tanto o ex-prefeito de Camaçari
quanto o secretário do Planejamento e líder do PT no Senado. Então, considerada
a preferência do governador, que não tem uma força absoluta dentro do PT, mas –
apesar de seu estilo light, não fica
muito distante disso –, perante a preferência por Rui Costa, os três outros
petistas são todos japoneses.
É
dessa condição incômoda (sem qualquer preconceito étnico, como é óbvio) que os
outros três tentam se desvencilhar. O ex-presidente da Petrobrás, José Sérgio
Gabrielli, por exemplo, é, entre os quatro aspirantes petistas, o grande amigo
de Lula seu preferido e se esforça para obter visibilidade, que vinha lhe
faltando. Prepara-se agora para expor a ainda virtual Ponte João Ubaldo
Ribeiro, aquela que um dia vai ligar Salvador a Itaparica por anunciados R$ 7
bilhões, que já foram aproximadamente R$ 3 bilhões, ocasião em que Joaci Góes,
ex-deputado tucano e empresário com ampla experiência em construção civil
estimou que não custaria menos de R$ 12 bilhões.
No condicional (não custaria menos) talvez porque
antes de ficar pronta, no ritmo habitual das coisas baianas, é possível que
pelo menos uma das duas cabeceiras já haja deixado de existir – a Ilha de
Itaparica ou a cidade de Salvador. Talvez, com esses proféticos e insistentes
rumores de Apocalypse iminente e flagrantes continuados de desgovernadas bolas
de fogo nos céus, ambas.
Já o senador Pinheiro, com duas eleições
majoritárias recentes – para prefeito de Salvador, sem êxito, em 2008 e para
senador, com êxito, em 2010 – e a liderança do PT no Senado ficou bastante
notório e conhecido para não se preocupar com visibilidade. Talvez sua
principal preocupação, no momento (sem excluir as indefectíveis articulações
políticas) seja a de estreitar frouxas amizades.
Mas, e Luiz Caetano, por quem foram escritas as
primeiras linhas? Bem, ele está mostrando que é capaz de dar nó em pingo
d’água. Primeiro, exercendo a prefeitura de Camaçari, conseguiu conquistar a
presidência da União de Prefeituras da Bahia (UPB). Depois, eleger, usando
estratégia de tratorista, um candidato inventado – assim tipo Dilma – para seu
sucessor na prefeitura de Camaçari, utilizando uma estratégia de tratorista. A
oposição esperneou, mas ficou por isto mesmo. Depois, conseguiu prevalecer em
sua sucessão na presidência da UPB.
Está agora, após confirmar a inabalável disposição
de prosseguir na luta pela candidatura ao governo, em nova fase. A da formalização
de apoios, digamos, periféricos, mas relevantes para assegurar visibilidade e
mostrar capacidade de mobilização. Obteve, no sábado, de vereadores petistas
dos municípios da Região Metropolitana de Salvador uma moção de apoio, proposta
pelo presidente do PT de Simões Filho, Antônio Rodrigues. A reunião foi na
Câmara Municipal de São Francisco do Conde. O encontro contou ainda com a participação
do presidente estadual do PT, Jonas Paulo, das deputadas Luiza Maia e Maria Del
Carmen, da prefeita Rilza, de São Francisco do Conde, do prefeito de Camaçari,
Ademar Delgado e dos presidentes das Câmara de Catu, Adilson Araújo, São
Francisco do Conde, Eliezer Santos e Simões Filho, Joel Cerqueira.
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Este artigo foi publicado originariamente na
Tribuna da Bahia desta segunda.
Ivan de Carvalho é jornalista baiano.
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Do Gama Livre, acrescentado às 13h17:
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Do Gama Livre, acrescentado às 13h17: