Segunda, 20 de maio de 2013
Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Às vésperas de completar um ano abrigado na Embaixada do
Brasil em La Paz, o senador boliviano Roger Pinto Molina, de 53 anos, vê
sua situação praticamente inalterada. Em 28 de maio de 2012, ele
recorreu ao governo brasileiro para pedir asilo político. O parlamentar
teve o pedido atendido pelas autoridades brasileiras, mas o governo do
presidente boliviano, Evo Morales, não concedeu o salvo-conduto para que
ele deixe o país.
Sem autorização para deixar a Bolívia, Pinto Molina permanece
abrigado na embaixada, sem previsão de quando deixará o local. O
Ministério das Relações Exteriores informou à Agência Brasil que
a permanência de Pinto Molina na embaixada segue as normas
internacionais que regulamentam a concessão de asilo político e do
direito diplomático.
No mês passado, Pinto Molina comemorou o aniversário de 53 anos na
embaixada. Por motivos de segurança, segundo as autoridades brasileiras,
ele pode receber apenas os parentes mais próximos, os advogados e se
necessário, profissionais da área de saúde.
O senador argumenta que sofre perseguições políticas por parte do
governo Morales, por isso quer deixar o país. As autoridades bolivianas
alegam que Pinto Molina responde a uma série de ações judiciais que
levantam suspeitas sobre a atuação dele no campo político.
Pinto Molina aguarda uma definição, no mesmo momento em que 12
brasileiros permanecem detidos em Oruro, depois da morte de Kevin
Espada, de 14, durante jogo do Corinthians com o San José. O adolescente
morreu vítima de um sinalizador lançado por torcedores.
O Itamaraty diz, porém, que é necessário manter discussões distintas
sobre os casos do senador e dos torcedores do Corinthians. Em abril, o
ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, participou de uma
audiência pública no Senado e os parlamentares insistiram em associar o
caso do senador ao dos torcedores brasileiros. O chanceler reiterou que
“não havia vantagens” em tratar dos assuntos de maneira conjunta.