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(Millôr Fernandes)

sábado, 17 de agosto de 2013

A cerca e as cuecas

Sábado, 17 de agosto de 2013

Manifestantes protestam contra cerca ao lado da Câmara dos Deputados

Wellton Máximo, repórter da Agência Brasil
Integrantes do Movimento Urbanistas por Brasília protestaram hoje (17) contra a construção de uma cerca no gramado ao lado da Câmara dos Deputados, ao lado da Via S1, na Esplanada dos Ministérios. Embora parte da estrutura tenha sido retirada ontem (16) à tarde, a parte da cerca próxima à cúpula da Câmara, que existe há quase 20 anos, foi mantida.
Com pregadores, manifestantes afixaram cartazes ao longo da cerca. Segundo eles, a estrutura, que tem bases de concreto, fere o projeto arquitetônico de Brasília, considerada Patrimônio Cultural da Humanidade desde 1987. Do outro lado da Esplanada, o gramado próximo ao Senado permanece sem nenhum tipo de cercamento.
“Brasília é uma cidade conhecida pela educação das pessoas. Uma placa basta para orientar os pedestres e garantir a segurança. A Câmara não precisa gastar dinheiro público com uma cerca que fere o patrimônio da cidade”, critica Leiliane Rebouças, integrante do movimento Urbanistas por Brasília. Ela faz mestrado em turismo na Universidade de Brasília (UnB), na área de patrimônio cultural.
O arquiteto Cristiano Nascimento disse que o cercamento é ilegal porque não tem a aprovação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). “Para erguer qualquer estrutura no canteiro central da Esplanada dos Ministérios, a Câmara deveria ter consultado o Iphan, que certamente não aprovaria a obra. Eles não podem tratar o Congresso como se fosse o quintal da casa deles”, reclama.
Os manifestantes chegaram a ser repreendidos pela Polícia Legislativa. Eles, no entanto, entraram em acordo e os cartazes puderam ser afixados na cerca por uma hora e meia. Os integrantes do movimento receberam o apoio de turistas que passavam pelo Congresso e de motoristas que paravam para buzinar.
A cerca foi erguida depois da onda de protestos realizados em praticamente todo o país. No entanto, a Câmara alega que a estrutura não tem o objetivo de isolar manifestantes. De acordo com a Casa, o cercamento foi colocado para proteção das pessoas, que descem na parada de ônibus e atravessam a pista fora da faixa de pedestre sob risco de acidente.
A parte da cerca próxima à cúpula da Câmara foi erguida há aproximadamente 20 anos. O argumento dos congressistas é que o cercamento objetivava garantir a segurança de pedestres e veículos que passam a dez metros de altura da parte inferior do prédio. No fim de julho, a Casa estendeu a cerca em 400 metros até a Avenida das Bandeiras, chegando em frente ao Palácio do Itamaraty. Essa extensão foi retirada ontem.
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Comentário do Gama Livre: Com os protestos e a ameaça de se estender roupas na cerca do curral Câmara dos Deputados, o presidente da Casa mandou retirar a 'obra' que ele mesmo havia mandado fazer. Estou pensando aqui se as roupas que seriam estendidas incluiriam as cuecas e meias cheias de dinheiro dos mensaleiros mil que mandam e desmandam por aí.