Sábado, 3 de agosto de 2013
Vladimir Platonow, repórter da Agência Brasil
Rio
de Janeiro - O delegado Rivaldo Barbosa, titular da Divisão de
Homicídios do Rio de Janeiro e responsável pelas investigações sobre o
desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza, decidiu hoje (3) intimar a
prestar depoimento o policial militar Juliano da Silva Guimarães, que
faz parte da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha.
O policial contou que um tio dele, motorista de um caminhão de lixo
na comunidade, foi obrigado por traficantes a levar um corpo para um
depósito de lixo no bairro do Caju, na região portuária. A informação
sobre a convocação do militar foi confirmada pela assessoria da Polícia
Civil e o policial deve prestar depoimento na próxima semana.
Amarildo
está desaparecido desde o dia 14 de julho, quando foi levado por PMs à
sede da UPP da Rocinha e depois não foi mais visto. O comandante da UPP,
major Edson dos Santos, disse que o pedreiro deixou a unidade
caminhando, após prestar esclarecimentos. Duas câmeras de monitoramento
da base da UPP, que poderiam confirmar a versão do oficial, não estavam
funcionando naquela noite. Os equipamentos de GPS (Sistema de
Posicionamento Global, por satélites) das viaturas da UPP também estavam
desligados, impedindo de se conhecer o trajeto dos carros.
Parentes do pedreiro e moradores da comunidade têm feito
manifestações frequentes pedindo informações sobre o paradeiro dele. O
governador do Rio, Sérgio Cabral, disse em entrevista que também quer
saber onde está o pedreiro. O secretário estadual de Segurança, José
Mariano Beltrame, disse ontem (2) que, se for comprovado envolvimento de
policiais no desaparecimento de Amarildo, eles serão expulsos da PM e
levados à Justiça.