Representantes da Associação
Brasiliense de Ações Humanitárias (ABA), responsável pelo projeto
“Cão-Guia de Cegos”, estiveram, na última sexta-feira, dia 9, na
Promotoria de Justiça de Tutela das Fundações e Entidades de Interesse
Social (PJFeis) para relatar as dificuldades que a organização não
governamental (ONG) tem enfrentado. Desde 2001, a instituição se dedica à
seleção de cães para reprodução, treinamento, manutenção e distribuição
aos deficientes visuais. O treinamento do animal dura, em média, dois
anos e o investimento gira em torno de R$ 28 mil.
A
maior preocupação é quanto ao pedido de cessão formulado pelo Gabinete
de Segurança Institucional da Presidência da República de um dos
treinadores do projeto, que pode colocar em risco o treinamento
específico de 12 filhotes que encontram-se em fase de socialização.
Atualmente, cerca de 250 pessoas, com diversos tipos de deficiências
visuais, estão cadastradas para receber um cão-guia. Em 12 anos de
trabalho, a ABA já distribuiu 26 cães-guias no DF e 16 para outras
localidades.
“A
Promotoria de Justiça de Tutela das Fundações e Entidades de Interesse
Social ao fiscalizar uma entidade tem como objetivo fazer com que a sua
finalidade social seja efetivamente alcançada. O trabalho desenvolvido
pelo projeto “Cão-guia para Cegos”, da ABA, é fundamental e o que se
pretende é formar de 25 a 30 cães-guia, capacidade máxima da entidade”,
disse a promotora de Justiça Cátia Vergara.
Centro de Treinamento
O
Centro de Treinamento está localizado próximo à Academia do Corpo de
Bombeiros Militar do DF – SAIS quadra 4, lote 5 – e conta com uma área
de 7.000 m². O local dispõe de centro de reprodução, treinamento,
adaptação e lazer para os animais. Os cães também contam com um
consultório para clínica médica veterinária, maternidade e sala de
cirurgia emergencial, além de uma minicidade com diversos obstáculos do
dia a dia.
Família hospedeira
No
momento, a ONG conta com 12 filhotes em socialização, que deverão
iniciar o treinamento específico no início de 2014. Nesse período, as
famílias hospedeiras recebem todo o apoio necessário para o bom
desenvolvimento do cão. Os treinadores, com apoio de psicólogos,
fornecem todas as informações técnicas necessárias, além da alimentação,
medicação e assistência veterinária.
Por
um período de dez meses, o filhote é socializado pela família. O cão
deve ter uma rotina diária de saídas para conhecer lugares como centros
comerciais, meios de transporte, órgãos públicos e centros de saúde.
Depois desse período, tem início o treinamento especial para a formação
do cão-guia, com duração de seis a oito meses, em tempo integral.