Quarta, 14 de agosto de 2013
Leio hoje que o prefeito de Londres não tem direito
a carro oficial —muito menos helicóptero— para ir ao trabalho. Ele vai de
bicicleta, mas se desejar tem direito a receber vale-transporte para usá-lo em
ônibus, metrô ou trem. Os vereadores de lá têm a mesma regalia do primeiro
mandatário: o vale-transporte.
A notícia acima estalou na minha cabeça uma ideia, que mais adiante exponho. Antes, um rápido relato sobre transporte em Brasília.
Ontem (13/8) usando carro particular levei da quadra 716 Sul ao Gama exatas três horas (isso mesmo TRÊS HORAS). Saí da 716 às 19h10 e cheguei ao destino às 22h10. Consequencia da incompetência do Estado em construir até mesmo as vias de um ultrapassado VLP (veículo leve sobre pneus) —apesar de Agnelo ter prometido um metrô para o Gama. Por absurdo, uma via paralela à pista principal foi obstruída, aumentando o inferno que é hoje ir do Plano Piloto para o Gama, Santa Maria, Valparaizo, Cidade Ocidental, e outras localidades do entorno Sul de Brasília. Para se percorrer o trecho mais crítico, cerca de seis quilômetros, se gasta mais de duas horas. E ainda usam, acho que de gozação, o slogan “Acelera DF”.
A notícia acima estalou na minha cabeça uma ideia, que mais adiante exponho. Antes, um rápido relato sobre transporte em Brasília.
Ontem (13/8) usando carro particular levei da quadra 716 Sul ao Gama exatas três horas (isso mesmo TRÊS HORAS). Saí da 716 às 19h10 e cheguei ao destino às 22h10. Consequencia da incompetência do Estado em construir até mesmo as vias de um ultrapassado VLP (veículo leve sobre pneus) —apesar de Agnelo ter prometido um metrô para o Gama. Por absurdo, uma via paralela à pista principal foi obstruída, aumentando o inferno que é hoje ir do Plano Piloto para o Gama, Santa Maria, Valparaizo, Cidade Ocidental, e outras localidades do entorno Sul de Brasília. Para se percorrer o trecho mais crítico, cerca de seis quilômetros, se gasta mais de duas horas. E ainda usam, acho que de gozação, o slogan “Acelera DF”.
Apesar do AceleraDF, ontem, como em todos os dias, o ônibus da foto não consegue acelerar e levou horas para chegar ao destino.
Mas isso tem lá suas vantagens. Deu para trocar
conversa até com os motoristas e passageiros dos outros carros. Afinal, fica
tudo parado mesmo. Deu para captar a opinião das pessoas acerca do caos na
saída Sul. São impublicáveis neste espaço muitas das opiniões, dos desabafos.
Com a notícia sobre o prefeito de Londres, fiquei
agora matutando de que o trânsito tranquilo da capital inglesa, pelo menos
tranquilo em relação às capitais dos estados brasileiros, pode ser resultado do
vale-transporte que prefeito e vereadores são obrigados a usar. Como usam o
transporte público, cuidam dele.
Aqui no Brasil, e em nosso caso especial, Brasília,
governador nenhum nunca andou de ônibus, a não ser para sair em propaganda
dizendo que estava entregando algumas unidades ao povo. Logo depois pega seu
(nosso) helicóptero e vai descansar no palácio. Até governador-tampão, como foi
o deputado distrital Wilson Lima, se deslocava todos os dias de casa para o
Buriti, e do Buriti para o Gama, a bordo do helicóptero.
A ideia que surgiu na minha cabeça hoje depois de
ler sobre o prefeito de Londres, e lembrar da viagem de três horas do Plano
Piloto para o Gama, foi a de que deveríamos dar um vale-transporte, e um só
(depois explico porque apenas um) para o governador Agnelo Queiroz ir do Plano
Piloto à cidade do Gama, ou à Santa Maria se assim ele preferisse.
Isso para uma viagem no
final da tarde ou início da noite. Com seu único vale-transporte ele pegaria um
ônibus na Rodoviária ou ao longo do Eixinho. Em pé, pois certamente não haveria
lugar para que sentasse, ele iniciaria a sua viagem. Depois de umas duas horas
de freia, primeira, freia, para, engata a primeira novamente, avança três
metros e torna a parar, se for um cara de muita sorte —e sua eleição demonstrou
que é— o ônibus segue adiante mais um pouco.
Se tiver mais sorte que nas
eleições, seu ônibus não quebra nos primeiros três quilômetros. Mas, é verdade,
pode acontecer como o ocorrido aos seis que ontem ficaram à margem da estrada,
juntamente com uns doze automóveis que, quebrados, atravancavam ainda mais o
fluxo de carros. Afinal, quando a temperatura aumenta, nem todo carro aguenta. Como
teria recebido apenas um, e somente um vale-transporte, ele, o governador,
correria o perigo de ter que continuar sua viagem a pé. Mas pouca diferença faria,
visto que o tempo seria quase o mesmo se de ônibus estivesse.