Segunda, 9 de setembro de 2013
Por Mauro Santayana
Entre as diferentes hipóteses de resposta à espionagem da
Presidente da República e de seus ministros e assessores, aventa-se a possibilidade
– segundo afirmam os meios de comunicação, teria sido suspenso o envio da
delegação precursora – do cancelamento da viagem de Dilma Roussef aos EUA, no
mês que vem.
Pensando fria e estrategicamente, esta pode não ser a opção
mais adequada para enfrentar o problema. Ao deixar de comparecer a uma visita
de Estado, mesmo que em previsível gesto de protesto, o Brasil estaria abdicando
de mostrar ao mundo que procura ter com os Estados Unidos uma relação à altura.
Estaríamos, guardadas as devidas proporções e circunstâncias,
agindo como o governo golpista de Federico
Franco, que, ao tentar – de maneira inócua - reagir contra a suspensão do
Paraguai do Mercosul por quebra de suas salvaguardas democráticas, resolveu votar
contra a vitoriosa eleição de representantes brasileiros na OMC e na Comissão
Interamericana de Direitos Humanos.
Muito mais efetivo seria se, no âmbito dos BRICS, Dilma obtivesse de nossos parceiros
russos, chineses, indianos e sul-africanos, o compromisso de se trabalhar, coordenada
e aceleradamente, no desenvolvimento de uma BRICSnet.