Segunda, 3 de fevereiro de 2014
Titular do Trabalho nega ter feito acertos, avisa que não
teme ser investigado e que ADRVale está proibida de receber verbas
BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
O ministro do Trabalho, Manoel Dias (PDT-SC), disse não
temer a abertura de investigação sobre seu envolvimento em suposto
esquema do partido para empregar "fantasmas". Ele atribuiu as acusações
de um ex-dirigente do partido a "fogo amigo" e reiterou não ter feito
nenhum acerto para que pedetistas recebessem "salários", sem prestar
serviços, de entidade financiada pela pasta. "Nunca fiz nenhum pedido
desse tipo. Quem é esse cara para me acusar de qualquer coisa? Não falei
para ele trabalhar para ONG".
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Ed Ferreira/Estadão
Manoel Dias deve ser investigado por gastos com 'fantasmas'
Questionado sobre a quantidade de pedetistas que constavam da folha
de pagamentos da entidade, segundo concluiu a apuração da
Controladoria-Geral da União, Manoel Dias mostrou-se surpreso: "Eles não
trabalhavam? Só recebiam? É impossível que isso aconteça. Que eu saiba,
não tem nada disso".
Embora a Polícia Federal informe em relatório que chegou a tratar de
depoimento do ministro com advogado por ele constituído, Dias alega não
ter sido chamado a se explicar. "Não me neguei a nada. Nunca falaram
comigo", sustenta.
No cargo. O ministro disse que permanecerá no cargo e
que, em breve, o diretório nacional do partido vai se reunir para
deliberar sobre o que fazer no ano eleitoral de 2014. "A tendência é
apoiar a reeleição da presidente Dilma", adianta.
O Ministério do Trabalho informou que aguarda dados oficiais do
inquérito para se manifestar. Em nota, explicou que a ADRVale está
proibida de receber recursos federais.
Segundo a pasta, a prestação de contas do convênio investigado foi
concluída com parecer pela desaprovação e enviada para instauração de
tomada de contas especial - processo pelo qual se apuram o valor e as
responsabilidades por falhas na execução de recursos públicos.
"A análise dessa entidade foi feita pela comissão especial instituída
pelo ministro Manoel Dias, via portaria, que tem o objetivo de analisar
as prestações de contas de convênios nos últimos anos, tendo como
prioridade os citados em investigações", ressaltou a nota do ministério,
acrescentando que remeteu à PF as informações pedidas.
A advogada que representa a ADRVale, Ana Helena Boos, não deu retorno aos pedidos de explicação do Estado.
Em seu escritório, o atendente disse que repassaria o recado do jornal.
Em ocasiões anteriores, a advogada disse que os convênios foram
executados regularmente e que as pessoas que constavam da folha de
pagamentos, sendo ou não filiadas ao PDT, trabalharam de fato. / F. F.