Quinta, 4 de dezembro de 2014
Alex
Rodrigues - Repórter da Agência Brasil
A Polícia
Federal (PF) concluiu o inquérito sobre o esquema de formação de cartel em
licitações do sistema de trens e metrô de São Paulo, entre a segunda metade da
década de 1990 e 2008. Segundo a assessoria da PF, convencidos dos indícios
obtidos contra os suspeitos, os delegados responsáveis pelo inquérito
indiciaram 33 pessoas por envolvimento com o esquema. O inquérito foi enviado à
Justiça Federal em São Paulo na segunda-feira (1º).
A PF não revelou
o nome dos indiciados. Entre os suspeitos de corrupção, evasão de divisas e
lavagem de dinheiro, estão ex-diretores de estatais paulistas, servidores
públicos, doleiros, empresários e executivos de multinacionais.
As investigações
indicam que empresas que disputavam contratos de construção, manutenção e
compra de equipamentos para o sistema de trens e metrôs combinavam preços,
formando cartel para, com a participação de servidores, aumentar os valores
cobrados.
Uma das empresas
investigadas, a Siemens Brasil vem cooperando com as investigações, fornecendo
ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) detalhes sobre o esquema,
em troca de imunidade administrativa e redução de eventuais penalidades.
Em março deste ano, o Ministério Público de São Paulo
(MP-SP) denunciou à Justiça 30 executivos de 12 empresas, acusados de
envolvimento com fraudes em 11 contratos de licitações do Metrô de São Paulo e
da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Na época, o promotor de Justiça Marcelo Mendroni, do Grupo de Atuação Especial de Combateaos Delitos Econômicos (Gedec), afirmou que os prejuízos aos cofres
públicos ultrapassavam R$ 834 milhões.
“Houve um esquema
profissional montado por essas empresas para roubar dinheiro público pela
formação de cartel e fraude à licitação”, declarou o promotor à época.
A parte do processo envolvendo investigados ligados ao
Metrô e à CPTM está sob responsabilidade da Justiça Federal em São Paulo. Já a
que envolve políticos com foro especial tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), que, por falta de provas, arquivou
inquéritos contra o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e os deputados
federais Arnaldo Jardim (PPS-SP) e Edson Aparecido (PSDB-SP).
Saiba Mais
- STF adia julgamento de pedido para arquivar ação sobre cartel no metrô paulista
- Ministro do STF vota pelo arquivamento de inquérito sobre cartel do Metrô de SP