Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

terça-feira, 7 de julho de 2015

Dilma, o PT, o Brasil, Tsipras, o Syriza, a Grécia, o orgulho, a vergonha

Terça, 7 de julho de 2015
País pequeno territorialmente, reduzida população, economia mais de dez vezes menor que a do Brasil, a Grécia se rebelou contra o jugo do sistema financeiro e da agiotagem dos bancos internacionais. Deu um NÃO a continuidade das políticas impostas externamente ao seu povo, que trouxe em cinco anos um desemprego batendo nos 30 por cento, com mais de 60 por cento dos jovens desempregados.
Políticas assassinas que reduziram salários, pensões, saúde, do povo grego e que deflagrou um processo de suicídios de cidadãos gregos. Que desmantelaram os serviços públicos, que feriram a honra da Grécia.
No domingo passado (5/7) em consulta popular, convocada pelo governo, sobre se aceitava a brida, o cabresto, a espora, do sistema da agiotagem praticados pelos bancos, 62 por cento dos gregos deram um grito: NÃO.
A troika (formada por três elementos nocivos: a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu —BCE, o Fundo Monetário Internacional —FMI) depois do referendo já sentam com o governo grego para conversar. Antes, só desrespeito, ironia, chantagem e ameaça de que não negociariam nada.
Que a pequena Grécia consiga impor um tratamento respeitoso da troika ao povo grego.
E o que tem a ver o colocado acima e o título da postagem?
Tem algumas verdades:
1.   O Brasil é muito maior que a Grécia em território, população, mercado interno, economia, recursos naturais, terra agricultável, o que o coloca numa posição bem mais confortável numa luta para não ser subjugado, como está, aos interesses do Império e seus asseclas. Nosso país tem uma posição muito melhor que a da Grécia numa luta contra o tacão da banqueirada internacional e seus controlados —governos europeus— e ‘associados’ internos.
2.   Mas Dilma não é nenhum Tsipras, o chefe de governo grego; Ao contrário dele, ela entrega  de mão beijada o petróleo, as estradas, os aeroportos, a saúde, o emprego, o salário.
3.   E nem o PT é o Syriza, o partido de esquerda radical (radical no sentido raiz);
4.   E nem nosso congresso (com minúscula) tem a composição do Congresso da Grécia; e, por tudo isso
5.   O povo grego hoje está orgulhoso do governo que tem, mas o brasileiro não pode dizer o mesmo. Anda envergonhado.