País
pequeno territorialmente, reduzida população, economia mais de dez vezes menor
que a do Brasil, a Grécia se rebelou contra o jugo do sistema financeiro e da
agiotagem dos bancos internacionais. Deu um NÃO a continuidade das políticas
impostas externamente ao seu povo, que trouxe em cinco anos um desemprego
batendo nos 30 por cento, com mais de 60 por cento dos jovens desempregados.
Políticas
assassinas que reduziram salários, pensões, saúde, do povo grego e que
deflagrou um processo de suicídios de cidadãos gregos. Que desmantelaram os serviços
públicos, que feriram a honra da Grécia.
No domingo
passado (5/7) em consulta popular, convocada pelo governo, sobre se aceitava a
brida, o cabresto, a espora, do sistema da agiotagem praticados pelos bancos,
62 por cento dos gregos deram um grito: NÃO.
A troika (formada
por três elementos nocivos: a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu —BCE,
o Fundo Monetário Internacional —FMI) depois do referendo já sentam com o
governo grego para conversar. Antes, só desrespeito, ironia, chantagem e ameaça
de que não negociariam nada.
Que a
pequena Grécia consiga impor um tratamento respeitoso da troika ao povo grego.
E o que tem
a ver o colocado acima e o título da postagem?
Tem algumas
verdades:
1.
O
Brasil é muito maior que a Grécia em território, população, mercado interno,
economia, recursos naturais, terra agricultável, o que o coloca numa posição
bem mais confortável numa luta para não ser subjugado, como está, aos
interesses do Império e seus asseclas. Nosso país tem uma posição muito melhor
que a da Grécia numa luta contra o tacão da banqueirada internacional e seus
controlados —governos europeus— e ‘associados’ internos.
2.
Mas
Dilma não é nenhum Tsipras, o chefe de governo grego; Ao contrário dele, ela
entrega de mão beijada o petróleo, as
estradas, os aeroportos, a saúde, o emprego, o salário.
3.
E
nem o PT é o Syriza, o partido de esquerda radical (radical no sentido raiz);
4.
E
nem nosso congresso (com minúscula) tem a composição do Congresso da Grécia; e,
por tudo isso
5.
O
povo grego hoje está orgulhoso do governo que tem, mas o brasileiro não pode
dizer o mesmo. Anda envergonhado.