André Richter - Repórter da Agência Brasil
O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal
Federal, negou hoje (2) pedidos de acesso ao acordo delação do presidente da
UTC, Ricardo Pessoa, investigado na Operação Lava Jato. O documento tramita em
segredo de Justiça no Supremo.
Os pedidos de acesso foram feitos pelos
ministros Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, e da Casa Civil,
Aloizio Mercadante, e pelo senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), após reportagem da
revista Vejaveiculada no último fim de semana.
Segundo a revista, Pessoa citou, em acordo de
delação premiada, o nome de 18 pessoas que receberam contribuições dele. Edinho
Silva e Mercadante negaram ter recebido doações ilegais do empreiteiro.
Edinho Silva, que foi tesoureiro da campanha
da presidenta Dilma Rousseff em 2014, confirmou ter recebido R$ 7,5 milhões,
mas ressaltou que em doações lícitas, conforme prevê a legislação.
O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante,
confirmou dois pagamentos de R$ 250 mil, da UTC e da Constran, para sua
campanha ao governo de São Paulo, em 2010. Disse, no entanto, que o dinheiro
foi recebido de forma legal e declarado à Justiça Eleitoral.
A direção do PT reafirmou que todas as doações
recebidas pelo partido são legais e registradas na Justiça Eleitoral.
O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) reconhece
que recebeu R$ 200 mil para sua campanha eleitoral ao Senado, em 2010. Ele
destacou que o dinheiro foi legalmente declarado à Justiça Eleitoral. O senador
disse que não conhece o empreiteiro e que não tem nada a esconder.
“Nunca fui procurado por Ricardo Pessoa, nem antes e nem
depois da campanha, para patrocinar pleitos junto à Petrobras, uma vez que,
entre outras razões, é pública e notória a minha frontal oposição ao governo
petista, à sombra do qual esse senhor prosperou”, defendeu-se.