Sábado, 11 de junho de 2015
Deu na IstoÉ
Documentos obtidos com exclusividade por ISTOÉ mostram que supostos serviços prestados pela gráfica "fantasma" VTPB teriam sido bancados com dinheiro desviado da Petrobras para UTC
Claudio Dantas Sequeira
No último dia
29, o ministro Gilmar Mendes, vice-presidente do Tribunal Superior
Eleitoral, tomou uma decisão que pode agravar a situação da presidente
Dilma Rousseff, hoje emparedada por uma crise político-administrativa
que se aprofunda a cada dia. O ministro enviou um ofício à Polícia
Federal solicitando a apuração de diversas irregularidades nas contas da
campanha à reeleição. A diligência levará a PF a entrar nas
investigações contra a presidente. No documento, ao qual ISTOÉ teve
acesso, Mendes pediu atenção especial à Focal Comunicação Visual. A
empresa recebeu R$ 24 milhões na campanha. Envolvida também no escândalo
do mensalão, a Focal foi contratada para montar os comícios da
candidata nas eleições de 2014. No bojo da investigação da PF também
está a VTPB, a “gráfica fantasma”, uma espécie de escritório virtual que
recebeu quase R$ 23 milhões da campanha de Dilma para intermediar a
contratação de serviços de impressão de santinhos. Na documentação
enviada por Mendes foi anexado ofício de caráter sigiloso contendo os
achados de um relatório de inteligência elaborado pelo Conselho de
Controle de Atividades Financeiras (Coaf) a respeito da VTPB. A
existência de comunicações de movimentação atípica pode indicar crime de
lavagem de dinheiro. A iniciativa de Gilmar abre mais um flanco para um
possível afastamento da presidente Dilma. Embora já haja um processo em
curso no TSE destinado a apurar irregularidades na campanha, a entrada
da PF na investigação pode agregar novos elementos ao caso.