Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 8 de julho de 2015

No próximo fim de semana, Encontro Nacional Contra as Prisões e Perseguições Políticas

Quinta, 8 de julho de 2015
Da Tribuna da Imprensa
Por Igor Mendes
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No dia 12 de julho do ano passado dezenas de ativistas populares do Rio de Janeiro, entre independentes e militantes de distintas organizações, acordaram com policiais invadindo suas casas, revirando suas coisas e cumprindo mandados de prisão. Outras centenas –milhares, talvez?– foram atingidos pelo ambiente de terror imposto pelo velho Estado aos que lutaram e lutam contra as injustiças que marcam, como feridas históricas jamais cicatrizadas, a nossa sociedade. Não é preciso falar a respeito dos arbítrios cometidos, principalmente contra os mais pobres, durante a Copa do Mundo, nem muito menos sobre a corrupção e imundície que caracterizaram esse evento e a máfia chamada FIFA, hoje desmoralizada no mundo inteiro. Por denunciar essas arbitrariedades eu me tornei um dos 23 e, meses depois, em virtude de participação em uma atividade cultural de cunho público e pacífico, na Praça Cinelândia, a 15/10/2014, tive minha prisão preventiva decretada e passei os últimos sete meses encarcerado em uma penitenciária de segurança máxima em Bangu, enquanto as companheiras Karlayne Moraes e Elisa Quadros tiveram suas fotos expostas como “FORAGIDAS” e mantiveram-se em severa clandestinidade. 
Disse repetidas vezes, inclusive em Juízo, que o direito de manifestação, o direito de lutar, que agora é atacado por esse Estado cada vez mais fascista, governado por uma falsa esquerda oportunista, é, dentre todos os direitos, o mais importante: sem ele nenhuma outra garantia pode ser conquistada, nem defendida. No dia 22/06 último, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou não apenas a minha liberdade e das duas companheiras, como revogou a medida cautelar que nos proibia freqüentar manifestações, por considerar tal restrição inconstitucional. Trata-se de uma grande vitória, não apenas nossa nem dos ativistas do Rio, mas do movimento popular do Brasil inteiro, pois que cria um precedente que pode vir a impedir que no futuro outras pessoas sejam criminalizadas, e tenham cerceado seu sagrado direito à liberdade, simplesmente por se manifestarem e expressarem. Foi uma vitória que cobrou um preço muito caro, mas que exatamente por isso deve ser celebrada, e não só celebrada, mas transformada em força para seguir em frente. Porque, afinal, Resistir é preciso!
Por isso espero encontrá-los nos debates que realizaremos no próximo dia 11/07, no ENCONTRO NACIONAL CONTRA AS PERSEGUIÇÕES E PRISÕES POLÍTICAS, onde já confirmaram presença ativistas de diversos Estados. E, também, na manifestação que realizaremos no dia 12/07, domingo, com concentração a partir das 15:00h na Praça Saens Peña [Rio de Janeiro], para dizer a todo o povo brasileiro que, como cantaram as multidões nas jornadas de junho de 2013: NÃO TEM ARREGO! (Nem agora, nem nunca...).
Lutar não é crime!
Liberdade aos presos políticos da cidade e do campo e extinção dos seus processos!
Liberdade para Rafael Braga!
Abaixo a redução da maioridade penal!
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