Sexta, 13 de maio de 2016
Da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo)
Ao menos cinco jornalistas foram alvo de agressão e hostilidade nos últimos dois dias em Brasília.
Na noite da quarta-feira (11.mai.2016), a repórter Paula Froes, da
revista AzMina, foi atacada por um policial militar quando cobria a
repressão a um protesto a favor de Dilma Rousseff na noite de quarta.
Ela flagrou em fotografia o momento em que o spray de pimenta era disparado em sua direção.
Já na manhã de quinta-feira (12.mai.2016), o repórter Marcelo Cosme,
da Globo News, foi hostilizado por militantes quando acompanhava Dilma
Rousseff no trajeto entre o palácio e o local onde falaria ao público.
Embora o cinegrafista Wesley Araruna tenha tropeçado e caído, Cosme
considerou a situação "normal" para uma cobertura tumultuada.
Momentos depois, enquanto entrevistava Jacques Wagner, a hostilidade
recomeçou e ganhou força. Encurralados entre uma grade e um espelho
d´água e temendo que a escalada verbal se transformasse em agressão
física, repórter e cinegrafista conseguiram passar à área reservada a
Dilma após alguma negociação com a segurança. Mas manifestantes tomaram o
microfone de Cosme e também um dos cabos que Araruna carregava. O
microfone foi encontrado depois.
Mais tarde, a produtora da TV Globo Roniara Castilho foi agredida.
Ela e a repórter Zileide Silva se dirigiam, sob orientação da equipe do
Planalto, para a área externa do palácio para acompanhar o segundo
discurso de Dilma. Mas o local indicado para as repórteres estava
cercado por militantes, que passaram a hostilizá-las. Quando retornavam
para a área restrita, Roniara foi atingida por um chute.
A Abraji repudia todas as agressões a jornalistas. O trabalho da
imprensa é arma poderosa de toda sociedade que zela pela democracia. Que
autoridades identifiquem e punam os autores das agressões - policial e
manifestantes.
Diretoria da Abraji, 12 de maio de 2016