Terça, 3 de maio de 2016
André Richter - Repórter da Agência Brasil
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao
Supremo Tribunal Federal (STF) a inclusão do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, de três ministros do governo, do presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha, e de parlamentares do PMDB, entre outros
acusados, no principal inquérito da Operação Lava Jato.
A
petição chegou ao Supremo no dia 28 de abril, mas só foi tornada público
hoje. Janot pediu ao ministro Teori Zavascki, relator dos processos da
Lava Jato no Supremo, a inclusão das seguintes pessoas no inquérito que
investiga os crimes de lavagem de dinheiro, corrupção e formação de
quadrilha:
- Ex-presidente Lula;
- Ministros Jaques Wagner, Ricardo Berzoini e Edinho Silva;
- Senadores Jader Barbalho e Delcídio do Amaral;
- Deputados Eduardo Cunha, Eduardo da Fonte, Aguinaldo Ribeiro e André Moura; Arnaldo Faria de Sá, Altineu Cortes, Manoel Junior e Henrique Eduardo Alves;
- Assessor especial da presidência da República Giles Azevedo;
- Ex-ministros da Casa Civil Erenice Guerra e Antônio Palocci.
O
procurador solicitou abertura de investigação contra o pecuarista José
Carlos Bumlai, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto e o
banqueiro André Esteves, do BTG Pactual; Sérgio Gabrielli, ex-presidente
da Petrobras, Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, subsidiária
da estatal, e Silas Rondeau, ex-ministro de Minas e Energia.
Ao
pedir a inclusão de novos envolvidos no inquérito, que está em andamento
desde o ano passado, Janot sustenta que houve um aprofundamento nas
investigações. As acusações estão baseadas, principalmente, nas
afirmações feitas pelo senador sem partido Delcídio do Amaral (MS) nos
acordos de delação premiada.
“Esse aprofundamento das
investigações mostrou que a organização criminosa tem dois eixos
centrais. O primeiro ligado a membros do PT e o segundo ao PMDB. No caso
deste, as provas colhidas indicam para uma subdivisão interna de poder
entre o PMDB da Câmara dos Deputados e o PMDB do Senado Federal. Estes
dois grupos, embora vinculados ao mesmo partido, ao que parece, atuam de
forma autônoma, tanto em relação às indicações políticas para compor
cargos relevantes no governo quanto na destinação de propina arrecadada a
partir dos negócios escusos firmados no âmbito daquelas indicações”,
argumentou Janot.