Sexta, 6 de maio de 2016
============
Heloisa Cristaldo - Repórter da Agência Brasil
O procurador do Ministério Público Federal (MPF) e
coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol,
disse hoje (6), em Curitiba, que é preciso refletir e repensar a
República. "Vivemos uma inundação de corrupção. Estamos tirando essa
água com baldes e precisamos que sejam construídas barragens, muros que
nos protejam dessa inundação de corrupção.", afirmou. O procurador disse
que houve um aumento de iniciativas contra o Ministério Público durante
as investigações, mas garantiu que a Operação continuará resistindo “a
todo tipo de ataque” e ressaltou que a sociedade fortalece os trabalhos
de combate à corrupção.
“Nós
acreditamos que enquanto a sociedade estiver do nosso lado, esses
ataques não terão sucesso. Agora, se o apoio da sociedade diminuir, o
flanco estará aberto para que o ataque à corrupção diminua”, disse
Dallagnol.
Nesta sexta-feira, o MPF apresentou mais duas
denúncias contra o ex-senador Gim Argello (PTB-DF), os empresários
Marcelo Odebrecht, presidente da empreiteira Odebrecht, Ricardo Pessoa,
dono da UTC, Léo Pinheiro, presidente da OAS e mais 16 pessoas, entre as
quais o publicitário Marcos Valério, condenado no mensalão, e o
empresário Ronan Maria Pinto, dono do jornal Diário do Grande ABC.
Para
Deltan Dallagnol, é preciso refletir e repensar a nossa República.
"Vivemos uma inundação de corrupção. Estamos tirando essa água com
baldes, precisamos que sejam construídas barragens, muros que nos
protejam dessa inundação de corrupção.", afirmou. O procurador disse que
houve um aumento de iniciativas contra o MP durante o curso das
investigações.
De acordo com MPF, nas duas denúncias oferecidas
hoje, os acusados cometeram crimes de lavagem de dinheiro, corrupção
ativa e passiva, organização criminosa e obstrução à investigação. Os
procuradores pedem o confisco de R$ 7,5 milhões e 200 mil euros e multa
de R$ 70 milhões, correspondente ao dobro dos valores totais de
propinas. Segundo o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da
força-tarefa da Lava Jato, o valor envolvido na corrupção das duas acusações de hoje é de R$ 30 milhões.