Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 14 de abril de 2017

Saúde Pública: Como resolver os problemas do DF, na visão de dois ex-secretários

Sexta, 14 de abril de 2017


As análises e as idéias de ex-secretários para resolver o caos da Saúde Pública no DF.

Do Blog Brasília, por Chico Sant'Anna


Por Chico Sant’Anna

Na história de Brasília, dois grandes momentos marcaram a assistência à Saúde no Distrito Federal. O primeiro deles aconteceu na década de 1970, ainda no período da Ditadura Militar, quando a secretária de Saúde, sob o comando de José Frejat, inspirada no modelo inglês instalou uma rede de centros de Saúde na Capital Federal. O segundo momento, com a democracia já reinstaurada, se deu na segunda metade dos anos 90, sob o comando de Maria José Maninha, foi criado o programa Saúde em Casa, inspirado no sistema cubano de assistência.

Ambos os modelos, considerados vitoriosos em suas épocas, tinham como referência a regionalização e hierarquização da atenção em Saúde. Traduzindo: a Saúde deveria estar nas cidades e os atendimentos menos complexos deveriam ser feitos na ponta. Somente casos mais complexos seriam direcionados aos hospitais regionais e, por fim, ao hospital de Base.

No modelo dos Centros de Saúde os pacientes iam até o posto para serem atendidos, no Saúde em Casa, o atendimento era domiciliar. Ele contava com uma equipe de dez profissionais (médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem e agentes comunitários de Saúde), para cada mil casas, cerca de cinco mil pessoas.

Em fins de 1998, com 300 equipes o Saúde em Casa cobria 14 das 19 regiões administrativas então existentes no DF e atendia 70% da população da época. No governo Roriz ele foi extinto e mais de três mil profissionais de Saúde demitidos.