Sexta, 1º de dezembro de 2017
Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil
O ex-ministro dos Transportes e presidente do Partido da
República (PR), Antônio Carlos Rodrigues, foi levado hoje (30) pela
Polícia Federal (PF) para a Cadeia Pública José Frederico Marques, em
Benfica, na zona norte do Rio de Janeiro. Rodrigues desembarcou na tarde
desta quinta-feira no Aeroporto Santos Dumont vindo de Brasília, onde
se entregou à polícia na terça-feira (28).
O
ex-ministro teve a prisão decretada pela Justiça Eleitoral de Campos
dos Goytacazes, no norte do estado, no âmbito da Operação Caixa D'Água,
deflagrada pela PF no dia 22. Também foram presos na mesma operação os
ex-governadores do Rio Anthony e Rosinha Garotinho.
Todos
são acusados de crimes de corrupção, concussão, participação em
organização criminosa e falsidade na prestação das contas eleitorais. A
PF e o Ministério Público Estadual identificaram nas investigações
indícios de que a empresa JBS firmou contrato fraudulento com uma
empresa de Macaé, também do norte do Rio, para prestação de serviços na
área de informática. As apurações apontaram ainda que os serviços não
eram efetivamente prestados e que o contrato, de aproximadamente R$ 3
milhões, serviria apenas para o repasse irregular de dinheiro para
campanhas eleitorais.
Empresários ouvidos informaram à PF que o
ex-governador cobrava propina nas licitações da prefeitura de Campos,
exigindo o pagamento para que os contratos fossem honrados pelo
município.
Defesa
A defesa do
ex-governador Anthony Garotinho informou que a doação de R$ 3 milhões da
JBS ao diretório do PR, nas eleições de 2014, aconteceu dentro do que
determina a Lei Eleitoral. Afimrou ainda que os recursos foram
declarados na Prestação de Contas Partidárias, aprovada pela Justiça
Eleitoral.
A defesa destacou ainda que o casal Garotinho não é
acusado de ter recebido qualquer benefício pessoal e, tampouco, de ter
enriquecido. Por isso, diz acreditar que terá êxito nos recursos que
serão impetrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a
manutenção da prisão do ex-governador e do estabelecimento de medidas
cautelares para Rosinha, que está em liberdade restrita, com obrigação
de recolhimento noturno e uso de tornozeleira eletrônica, conforme determinou ontem o Tribunal Regional Eleitoral.
A ex-governadora e ex-prefeita de Campos deixou a cadeia pública
de Benfica no início da madrugada de hoje e foi levada para o seu
apartamento no bairro do Flamengo, na zona sul do Rio, na companhia do
advogado Carlos Azeredo e da filha, Clarissa Garotinho, que é secretária
de Desenvolvimento, Emprego e Inovação da prefeitura do Rio.
Garotinho
O
ex-governador permanece preso na Cadeia Pública Pedrolino Werling de
Oliveira (Bangu 8), no Complexo de Gericinó, na zona oeste do Rio. Hoje
Garotinho foi ouvido sobre a denúncia de que teria sido agredido na cadeia pública de Benfica, mas ainda não fez o retrato falado do suposto agressor.