A Caipora não perdoa
Por Taciano
Há um ano e mais dois meses, no exato
dia de 12 de outubro da Graça do Senhor, aqui no Gama Livre, tivemos a ousadia de transmitir ao governador Rodrigo
Rollemberg o conselho da velha negra, neta de escravos, Maria de Benício, que
viveu nas terras de Itiúba, município da caatinga do sertão baiano.
Ensinei ao governador o que a simpática
negra baiana me ensinou. Eu dei crédito às verdade que Maria de Benício dizia.
Rollemberg, não. Assim, paga ele hoje um alto preço, mas um preço, é verdade,
mais alto para o povo do DF. Rollemberg entra no quarto e último ano do seu
governo mais perdido do que tabaréu ‘ariado’ pela Caipora nas serras da Itiúba
do meu coração.
Perdido está na área da segurança
pública;
Atabalhoado na área da educação;
Atrapalhado no setor dos transportes
públicos;
Embaraçado, e embaraçando, na do meio
ambiente;
Atropelado —e atropelando— na
conservação da área tombada como Patrimônio da Humanidade;
Ariado e desastroso na condução,
horrível, da saúde pública do povo de Brasília.
E tudo isso porque não ouviu o que
Maria de Benício falou e que eu falei para ele.
Caipora havia e há nas matas de Itiúba, antiga aldeia Tapuia cravada num
vale entre serras e distante cerca de 370 quilômetros de Salvador.
Lá naquelas terras, a caipora fazia
arte. Com seus pés para trás, e montada na sua montaria, um porco-do-mato, ariava
as pessoas, fazendo-as ficarem sem rumo e sem direção.
E aí é que entra o conselho de Maria de
Benício a mim, quando eu ainda criança. Dizia ela, fumando o seu cachimbo ou pitando o seu cigarrinho de
fumo de corda, o famoso ‘bode’: Quando a Caipora lhe ariar, deixar você perdido
nas matas, sem saber a direção, o rumo que tomar, mais do que rapidamente tire
toda a roupa, fique completamente nu, e logo depois o mais rápido possível vista
toda a roupa pelo avesso. Assim, você se reencontra, se apruma e toma novamente
o rumo certo. Pronto! Tá salvo!
Em razão do conselho de Maria de
Benício, e por o governador, naquele 12 de outubro de 2016, já se encontrar
perdido há praticamente dois anos é que encerrei o texto daquele dia
12/10/2016, com o seguinte:
Rodrigo
Rollemberg, rápido!
Vista
as roupas pelos avessos.
Se
oriente, rapaz!
E ele, infelizmente, com Caiporas mil
dentro de seu governo, não atendeu ao conselho. Não foi rápido, não vestiu as
roupas pelos avessos, não se orientou.
Tudo indica que continuará perdido até
o último dia de mandato como governador, em 31 de dezembro de 2018.
Se quiser, leia o texto de 12 de outubro de 2016: Rollemberg e a Caipora
Se quiser, leia o texto de 12 de outubro de 2016: Rollemberg e a Caipora