Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 30 de março de 2020

Após Twitter, Facebook e Instagram também removem postagens de Bolsonaro

Segunda, 30 de março de 2020
Da DW — empresa pública de radiodifusão da Alemanha

O Facebook e o Instagram removeram nesta segunda-feira um vídeo publicado na véspera pelo presidente Jair Bolsonaro sobre a visita que ele fez ao comércio da região de Brasília, contrariando as recomendações de autoridades de saúde para que se evitem aglomerações.
"Removemos conteúdo no Facebook e Instagram que viole nossos Padrões da Comunidade, que não permitem desinformação que possa causar danos reais às pessoas", disse o grupo em nota. O Instagram pertence ao Facebook.

Na noite de domingo, o Twitter já havia deletado conteúdo semelhante publicado pelo presidente, que com isso se juntou a um pequeno grupo de chefes de Estado que já tiveram mensagens removidas pela rede social por violação das regras de uso.
Em mais de uma década de existência, a plataforma só havia agido contra publicações de contas do venezuelano Nicolás Maduro e do "líder supremo" do Irã, o aiatolá Ali Khamenei.
As mensagens continham vídeos nos quais o presidente brasileiro aparecia passeando por diversos comércios do Distrito Federal, provocando aglomerações e contrariando as recomendações do seu próprio ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que pediu para que a população fique "em casa", com o objetivo de frear a expansão da pandemia.
Bolsonaro ainda aparecia nos vídeos defendendo que a população "volte ao trabalho" e propagandeando uma suposta eficácia da cloroquina no tratamento da covid-19, apesar de ainda faltarem estudos amplos que atestem isso.
As redes sociais não informaram que pontos específicos dos vídeos violaram as regras. Outro vídeo com imagens do giro de Bolsonaro por Brasília e declarações do presidente sobre a própria atitude ainda continuam no ar.