Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

terça-feira, 31 de março de 2020

SAÚDE E BEM-ESTAR — Registros de uma caminhada em busca de saúde e bem-estar consistentes e duradouros

Terça, 31 de março de 2020
Aldemario Ajaujo Castro*


SAÚDE E BEM-ESTAR
Registros de uma caminhada em busca de saúde e bem-estar consistentes e duradouros. Veja todos os escritos em: http://www.aldemario.adv.br/saude.htm


56 ESTRESSE



“Na era da Internet, das redes sociais, dos jogos de videogame, da TV a cabo, que se misturam com cinema, jornais, estudos, são tantas informações e que é muito difícil não saturar o cérebro. Você acorda cansado? É impaciente? Quer tudo na hora? Tem dores de cabeça? Detesta ouvir não? Tem dificuldade de concentração? Anda esquecido? Sua mente é agitada? Quando alguém o critica ou algo não dá certo, você fica irritadíssimo? Se você tem alguns desses sintomas, você está estressado.


E se está estressado, bom, você é normal. Afinal, nada mais normal hoje em dia do que ser estressado”. Essa é a curiosa informação acerca do livro “Manual para jovens estressados, mas muito inteligentes” do doutor Augusto Cury.


Costuma-se afirmar que o estresse é uma espécie de resposta do organismo a certos estímulos. Consiste num estado de tensão, normalmente desagradável. Submetido a estresse, o corpo considera que está sob algum tipo de ataque e adota uma postura identificada como “lutar ou fugir”. Nessas circunstâncias, produz-se uma mistura complexa de hormônios e substâncias químicas (adrenalina, cortisol e norepinefrina) para viabilizar uma ação física de resposta.

O estado de estresse mantido por longos períodos de tempo é prejudicial à saúde. Altas quantidades de cortisol acarretam elevações dos níveis de açúcar e pressão arterial. Por outro lado, conduzem à diminuição da libido. O doutor Edmond Saab Júnior, no livro “Os segredos da longevidade”, afirmou: “Então, antes de chegar à fase da fadiga adrenal que acabei de explicar, normalmente passamos por um período de estresse longo (cortisol elevado). Todos sabemos, principalmente o meio científico, que esse estresse está diretamente ligado à formação de todos os tipos de doenças”.

O estresse, segundo especialistas, pode ser uma força positiva. Em situações específicas (entrevistas de emprego, avaliações escolares, apresentações artísticas) pode melhorar o desempenho. Provavelmente, tem relação com o aguçamento do estado de atenção de nossos ancestrais para ameaças naturais, em especial o ataque de animais. Entretanto, o lado negativo costuma ser preponderante e recorrente. Quando ocorre por períodos prolongados reclama medidas sérias de combate.

São três os tipos de estresse: a) agudo; b) agudo episódico e c) crônico. O primeiro consiste na forma mais comum. É a reação orgânica diante de um novo desafio. Em regra, são situações isoladas sem efeito persistente. Pode ser considerado positivo na medida em que prepara o corpo para reagir em situações de tensão. Destaque-se o transtorno de estresse pós-traumático. Ele ocorre depois de eventos muito marcantes (envolvimento em crimes violentos, acidente grave ou situação caracterizada pelo risco de morte).

Quando o estresse agudo ocorre com frequência temos a modalidade agudo episódico. As pessoas com esse quadro costumam ser mais pessimistas e ficam muito irritadas com suas próprias ações ou o ambiente social ao seu redor. Esse estado de preocupação excessiva produz muita tensão e ansiedade. A saúde termina seriamente comprometida com o desenvolvimento de gastrites, úlceras, arritmias, cansaços prolongados, dificuldades com o sono e a concentração, comprometimento da imunidade e da memória, dores de cabeça frequentes, dores musculares e outros efeitos congêneres.

O estresse crônico se apresenta de forma persistente e por longos períodos de tempo. É um estresse constante. O estresse crônico, assim como o agudo episódico, produz uma estranha adaptação do indivíduo a ele. Um aspecto extremamente perigoso é a convicção de que o estresse integra a própria maneira de ser da pessoa afetada.

As seguintes providências são normalmente aconselhadas para os quadros de estresse (agudo episódico e crônico): a) investir no “afeto positivo” (relacionado a sentimentos como felicidade, alegria, contentamento e entusiasmo, decorrentes da interação agradável com familiares e amigos); b) evitar os relacionamentos pessoais e funcionais irritantes, hostis e destrutivos; c) realizar atividade física (eleva a produção de endorfina e a sensação de bem-estar); d) viabilizar 7 ou 8 horas de sono (conforme estudo da Associação Americana de Psicologia, o estresse mantém mais de 40% dos adultos acordados), para tanto: d.1) descartar a cafeína; d.2) reduzir ou eliminar distrações relacionadas com televisores, computadores e celulares; d.3) tentar dormir no mesmo horário todos os dias; d.4) adotar alimentos leves no jantar e d.5) não jantar imediatamente antes de deitar; e) tentar reduzir as atividades laborais e acadêmicas; f) implementar atividades de lazer; g) adotar técnicas de relaxamento (meditação, respiração, etc); h) otimizar a administração do tempo e i) procurar ajuda médica especializada.