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Sexta, 7 de dezembro de 2011
Publicado em resistir.info
por Eric Toussaint
Durante uma década a Irlanda foi apresentada pelos promotores mais
fervorosos do capitalismo neoliberal como o modelo a seguir. O "tigre
celta" ostentava uma taxa de crescimento mais elevada do que a
média europeia. O taxa de tributação das empresas havia
sido reduzida a 12,5% e a taxa efectivamente paga pelas numerosas transnacionais que ali tinham
domicílio oscilava entre 3% e 4%: um sonho! Um défice
orçamental igual a 0 em 2007. Uma taxa de desemprego de 0% em 2008. Um
verdadeiro encanto: todo o mundo parecia ali encontrar o seu quinhão. Os
trabalhadores tinham um emprego (é certo que muitas vezes
precário), as suas famílias consumiam alegremente, elas
desfrutavam do efeito riqueza e os capitalistas, tanto nacionais como
estrangeiros, ostentavam resultados extraordinários.
Em Outubro de 2008, dois ou três dias antes de o governo salvar da
falência os grandes bancos "belgas" (Fortis e Dexia) a expensas
dos cidadãos, Bruno Colmant, director da Bolsa de Bruxelas e professor
de economia, publicou um artigo em
Le Soir,
o diário belga francófono de referência, no qual afirmava
que a Bélgica devia absolutamente seguir o exemplo irlandês e
desregulamentar ainda um pouco mais o seu sistema financeiro. Segundo Bruno
Colmant, a Bélgica devia modificar o quadro institucional e legal a fim
de se tornar uma plataforma do capital internacional como a Irlanda. Algumas
semanas mais tarde, o Tigre Celta estava de rastros.
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