Terça, 1 de março de 2011
Da "Auditoria Cidadã da Dívida"
Os jornais de hoje [28/2] mostram como o governo deve cortar R$ 50 bilhões do orçamento de 2011,
sacrificando gastos sociais para manter intocados os pagamentos da
questionável dívida pública, que consumiram 44% do orçamento federal de
2010, em favor de grandes rentistas e banqueiros.
Os gastos com pessoal foram reduzidos em R$ 3,5 bilhões, por meio do
adiamento de concursos públicos, prejudicando a população que fica com
menos servidores à sua disposição. Os atuais servidores também sofrerão,
ficando sem reajuste este ano. Foram também reduzidos os gastos com
Previdência Social e seguro-desemprego.
Foram também cortados gastos de diversos ministérios, como o das
Cidades, por meio da redução de R$ 5 bilhões no Programa “Minha Casa
Minha Vida”. Também foram cortados R$ 929 milhões da Reforma Agrária, R$
3,1 bilhões da Educação, R$ 578 milhões da Saúde, R$ 1,5 bilhão dos
Esportes, R$ 398 milhões do Meio Ambiente, R$ 2,3 bilhões dos
Transportes, dentre vários outros cortes.
As diárias e passagens serão reduzidas em 50%, afetando atividades
essenciais como, por exemplo, o combate ao trabalho escravo, assistência
aos assentamentos de reforma agrária, dentre muitas outras áreas.
Desta forma, as pessoas irão continuar sofrendo nas filas dos
hospitais, sem transporte público ou educação de qualidade, sem acesso à
terra, etc, tudo isso para privilegiar um pequeno grupo de rentistas
que vive às custas do povo.
O governo também anunciou auditorias dos gastos com pessoal,
previdência, abono e seguro-desemprego, esquecendo-se de auditar o
principal gasto do orçamento: a dívida pública, cuja auditoria está
prevista na Constituição de 1988, porém jamais realizada.