Sexta, 5 de julho de 2011
Diz o ditado popular que “antes tarde do que nunca”. Dilma demitiu ontem o ministro Nelson Jobim (PMDB), da Defesa, aquele que é amigo de todo mundo, de Sarney, de FHC, de Lula e da atual presidente do país.
Caiu aquele que não deveria ter subido.
Infelizmente caiu apenas pelo tamanho da língua, por criticar colegas do ministério. Jobim não deveria ter sido nomeado por Lula e nem confirmado pelo governo Dilma, depois de ter feito o que fez como um dos responsáveis pela redação final da Constituição de 88, ocasião em que emprenhou a nossa Carta Magna para proporcionar privilégios aos banqueiros “credores”, em detrimento de todo o povo brasileiro. Ele, o demitido ontem, inseriu, sem votação dos constituintes, um dispositivo que garante até hoje a preferência aos credores da dívida pública brasileira.
Em um dos dispositivos votados pelos constituintes estava previsto que não mais seria necessário indicar fontes de receitas nas emendas referentes ao pagamento do serviço da dívida. Jobim, juntamente com o na época líder do PTB, Gastone Righi (SP), alterou o texto aprovado e liberou o pagamento de juros e também das amortizações. Não cabia àquela altura alteração de conteúdo, apenas melhoria na redação do trabalho dos constituintes.
Pela alteração, irregular e que muitos afirmam ter sido uma fraude, os juros e as amortizações passaram a ser quitados com recursos de qualquer setor, o que elevou extraordinariamente o serviço da dívida pública, exigindo a fixação de altas taxas de juros.
A elevação das despesas com o serviço da dívida pública enfraqueceu a economia brasileira e fez com que o Brasil ficasse submetido aos grandes grupos financeiros. O nível de investimento caiu, dificultando o desenvolvimento social do país.
Decorre muito daí o Brasil ter se tornado o paraíso dos banqueiros internacionais e nacionais, pagando os mais altos juros do mundo, elevando num ritmo alucinante a dívida pública, apesar do quase um bilhão de reais diários que pagamos aos rentistas.
Triste país que teve que suportar por longos anos um ministro da defesa com o perfil de Jobim.