Sexta, 16 de dezembro de 2011
Após um encontro de lideranças e
trabalhadores rurais ameaçados de morte no Pará, a Comissão Pastoral da
Terra (CPT) divulgou nesta quinta-feira (15) uma carta dirigida a
autoridades estaduais e federais.
De acordo com o documento
a situação no estado é grave. Apenas nas regiões sul e sudeste do Pará,
mais de 40 lideranças se encontram ameaçados de morte. Em 2011, já
ocorreram 10 assassinatos de trabalhadores rurais nessas regiões.
A
carta aponta que essa situação se deve principalmente “à falência do
Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra) e da Reforma Agrária”.
Neste ano, nenhuma fazenda foi desapropriada e nenhum assentamento foi
criado nas regiões sul e sudeste do Pará.
Mais de
10 mil famílias aguardam serem assentadas. A carta também destaca que
trabalhadores e lideranças locais se sentem ameaçados diante da ação
criminosa de pistoleiros que trabalham a mando de fazendeiros.
A
CPT também responsabiliza o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos
Recursos Renováveis (Ibama) e a Polícia Federal por inoperância em
coibir e penalizar a extração ilegal de madeira e a produção ilegal de
carvão. Esses tipos de práticas são, muitas vezes, responsáveis pelo
acirramento dos conflitos por terra.
Além de maior agilidade por parte das instituições responsáveis no Pará, a carta
reivindica o fortalecimento do Programa de Defensores de Direitos
Humanos para os trabalhadores rurais ameaçados de morte. (pulsar)