Domingo, 4 de dezembro de 2011
Agência Brasil
Débora Zampier - Repórter
O fim da terceirização da gestão da saúde pública foi a
principal reivindicação da 14ª Conferência Nacional de Saúde, que
terminou hoje (4) em Brasília. O evento reuniu mais de 3 mil
representantes da sociedade para debater o papel do Sistema Único de
Saúde (SUS). A expectativa é que as mais de 300 propostas de política
pública aprovadas na conferência sejam aproveitadas pelos três níveis de
governo - municipal, estadual e federal.
“Aprovamos contar para a sociedade brasileira que não é verdade que a
sociedade rompeu com o SUS. Os representantes da sociedade que estavam
aqui disseram que não é verdade que a gente se cansou, e não é verdade
que não queremos lutar por isso e queremos entregar tudo para o
mercado”, disse a coordenadora-geral do evento, Jurema Werneck.
Ela explicou que a ideia das propostas aprovadas não é que o Estado
deixe de comprar leitos em hospitais privados quando não houver vagas no
sistema público, mas que os governantes não repassem às instituições
privadas a responsabilidade de administrar quando e como esses leitos
serão usados.
De acordo com a coordenadora, o sistema atual – que vem sendo
adotado por alguns estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco -
permite falhas sem que o Estado seja responsabilizado por isso. “A
gente está mantendo a ideia de que o SUS é publico. A regra é não
transferir serviços para organizações sociais, que são empresas
disfarçadas que acabam precarizando o trabalho, acabam não entregando o
serviço que a gente comprou, e acabam não garantido o serviço à
população”, declarou Jurema Werneck.
O ministro Alexandre Padilha, que participou do encerramento do
evento, disse que o SUS saiu mais fortalecido da conferência. “Viva o
controle social”, disse Padilha, ao encerrar a última votação do dia.