Quarta, 25 de julho de 2012
Débora Zampier e Lia Kunzler
Repórteres da Empresa Brasil de Comunicação
Repórteres da Empresa Brasil de Comunicação
Brasília e Goiânia – A primeira parte da audiência judicial da Operação
Monte Carlo, destinada à oitiva das testemunhas de defesa e de acusação
sobre o esquema criminoso do qual o empresário Carlos Augusto Ramos, o
Carlinhos Cachoeira, é apontado como líder, terminou nesta tarde (25) em
Goiânia.
Das 14 testemunhas convocadas inicialmente – quatro de acusação e dez
de defesa – oito foram dispensadas ou não compareceram, todas da defesa.
As quatro testemunhas de acusação, todos policiais federais,
confirmaram a existência do esquema criminoso comandado por Cachoeira.
As únicas testemunhas de defesa que se manifestaram, Liezer Clementino
Ribeiro e Luiz Otávio Vieira da Paixão, limitaram-se a falar da vida
pregressa do réu Wladimir Garcez, ex-vereador acusado de ser o elo entre
o grupo de Cachoeira e a política local.
Os advogados dos réus ainda insistiram para que o juiz Alderico Rocha
autorizasse o depoimento de novas testemunhas, mas ele negou os pedidos.
O primeiro réu a depor foi Lenine Araújo de Souza, um dos principais
assistentes de Cachoeira segundo investigações da Polícia Federal (PF) e
do Ministério Público.
A audiência do processo judicial da Operação Monte Carlo, que apurou
esquema de exploração ilegal de jogos e de corrupção no Cenro-Oeste,
começou ontem (24) com atraso significativo no cronograma, com
depoimentos de apenas duas das 14 testemunhas esperadas. O juiz chegou a
pedir que os advogados e procuradores fossem mais objetivos nas
perguntas para evitar discussões desnecessárias. Com a dispensa da
maioria das testemunhas, o cronograma voltou à previsão inicial e há
expectativa de que os trabalhos terminem hoje mesmo.
O processo da Operação Monte Carlo, que corre na Justiça Federal em
Goiânia, tem mais de 80 réus, mas foi desmembrado em duas partes para
agilizar a tramitação em relação àqueles que estavam detidos
preventivamente. Atualmente, só Cachoeira e Gleyb Ferreira, um de seus
assistentes, estão presos.
Os réus presos e que agora respondem em liberdade são Idalberto Matias
de Araújo, José Olímpio de Queiroga Neto, Lenine Araújo de Souza,
Raimundo Washington de Sousa Queiroga e Wladimir Garcez. Todos foram
convocados para depor amanhã (26). Geovani da Silva, que tem ordem de
prisão decretada, está foragido desde a deflagração da Operação Monte
Carlo, no dia 29 de fevereiro e não deverá comparecer à audiência.
Além do processo de Goiânia, a Operação Monte Carlo resultou em outros
processos, no Supremo Tribunal Federal (STF), em relação a parlamentares
com foro privilegiado, como o então senador Demóstenes Torres. Como
Demóstenes teve o mandato cassado, o processo deverá ser enviado para a
Justiça de primeira instância.