Sábado, 12 de janeiro de 2013
Paulo Virgilio
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Ativistas de direitos humanos e defensores da causa
indígena acompanham o cerco da Polícia Militar ao prédio do antigo Museu
do Índio, vizinho ao estádio do Maracanã, na zona norte do Rio. Segundo
a PM, a presença dos policiais do Batalhão de Choque no local visa
garantir o cumprimento da decisão judicial que cassou a liminar que
garantia a permanência dos índios, que desde 2006 ocupam o prédio e ali
fundaram a Aldeia Maracanã.
Embora os índios tenham manifestado a disposição de reagir à
desocupação, o clima no momento é de calma na área do antigo museu.
Desde cedo no local, o defensor público federal Daniel Macedo reconheceu
que a liminar foi cassada, mas ressaltou que sem autorização judicial a
PM não pode ocupar o prédio. “É necessária a vinda de um mandado de
imissão de posse. Sem isso, é ilegal qualquer atitude da Polícia Militar
em invadir esse prédio”, disse
Representantes do governo fluminense estiveram no local, entre eles o
presidente da Empresa de Obras Públicas do Estado (Emop), Ícaro Moreno
Junior, que por volta do meio-dia entrou no prédio, escoltado, para uma
conversa com o cacique Carlos Tucano.
A Emop é a responsável pelas obras de modernização do complexo do
Maracanã, que incluem a demolição do antigo museu. A licitação para a
demolição foi feita no último dia 20 de dezembro, mas o contrato com a
empresa vencedora, que terá 30 dias para realizar o trabalho, ainda não
foi assinado.